Pernambuco parece testemunhar uma nova estrela em seu mapa: a banda Mulungu traz a musicalidade brasileira reunida com a missão de discutir assuntos atuais através da arte em um vagaroso processo de abalar a cena.

O trio, formado por Jáder, Guilherme Assis e Ian Medeiros, já traça um lastro de sensíveis e coloridos singles, incluindo “No Ar” e “Deus Tempo”, este último que conta com um remix de Benke Ferraz, do Boogarins. “Foi uma experiência singular e de surpresa grande para nós da banda”, eles contam sobre a parceria para o Mad Sound. “Trouxe uma nova perspectiva sobre nossa própria músicas e também veio a tona um que de nostalgia, quando nós começamos a revisitar o processo de produção e vimos que tínhamos tanta coisa em comum, mais do que a gente pensava”.

“A parceria surgiu de uma iniciativa maravilhosa de Benke com o Coquetel Molotov que é Projeto Aberto. Que a ideia é que cada mês tenha um artista diferente com uma faixa remixada e que cada um desses artistas vá convidando o artista do mês seguinte. Essa faixa remixada pode ser remixada pelo próprio Benke ou pelo artista que está convidando. Após esse remix tem uma conversa com todxs envolvidxs falando sobre o processo do remix e de produção da pessoa convidada”, eles completam, além de revelarem que estarão dando continuidade no projeto dando o toque Mulungu de ser na faixa da incrível AIYÉ.

Recentemente, a banda embarcou em uma autorreflexão em alto-mar na bela “A Boiar”, “A composição foi feita em dois momentos basicamente, ambos os compositores (Guilherme e Jáder) estavam em contato com a natureza. O primeiro foi em que Jáder estava em uma praia no litoral paraibano, onde experienciou um momento em que estava boiando e meditando, e após a experiência ele escreveu várias coisas em que terminou virando música. E o outro foi o riff da música que foi criado por mim (Guilherme) em um momento em que eu estava passando um final de semana na cachoeira.”

“Esse processo exemplifica bem o processo de composição do nosso disco em geral, onde muitas das músicas as letras foram criadas por Jáder e foi musicada por mim”, ele conta.

Para expandir o raio de autconhecimento e mudança provocada pela música, a banda visando o autocuidado e conexão interior através de práticas de respiração e movimento corporal. “A experiência surgiu a partir do interesse de nós nos provocarmos enquanto banda e pensar alternativas de interagir com nosso público de forma mais horizontal, em que pudéssemos conhece-los e trocar ideias de forma que não fosse só a gente que tivesse emitindo energia e informação. Entendemos também que existe um limite da apresentação show/live e que a gente poderia alcançar novos públicos promovendo um novo tipo de experiência”, conta a banda sobre a ideia.

“Nós também refletimos o papel da arte como um potencial agente de transformação social e que além da música existem outras formas de provocar reflexões e sensações nas pessoas. Nós convidamos a psicóloga Isabela França, que fez uma vivência imersiva em que as pessoas se submetiam a uma série de atividades corporais energéticos e depois houve um momento de relaxamento. No meio dessa calmaria, nós disparamos ‘A Boiar’, até então inédito para todas as pessoas que estavam participando no momento, onde após a experiências as pessoas relataram palavras belíssimas e que casava exatamente com a sensação que nós queríamos passar e sobre o que música fala também”, relembram.

Com extensas e notáveis referências que vão desde Linn da Quebrada, Gal Costa, até Gorillaz e The Arcs, a banda se prepara para se jogar ao mar oficialmente com seu primeiro disco, O Que Há Lá  finaciado pela Fundarpe através do Funcultura para o começo de 2021, levando sua melodia e teoria para além do horizonte.

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