De Dua Lipa a Jessie Ware, e de Kylie Minogue a The Weeknd, o disco está a todo vapor no mainstream. Mas quem já nasceu com um pé no estúdio e outro na pista de dança foram os francos-canadenses do Le Couleur, que reinventam o gênero a cada lançamento não tentando ser como ninguém ou soar como nada, realizando música apenas e exclusivamente para eles mesmos.

O disco Concorde, lançado em setembro deste ano nasceu tal como o percurso de uma noite embalada pela música, e a liberdade e espontaneidade que vem com ela, como conta o produtor e baterista Steeven Chouinard em entrevista ao Mad Sound, revelando que a banda se desafiou a convidar e confiar em amigos músicos para fazer parte do projeto, o que mudou e definiu o som e atmosfera de Concorde. “A criatividade deles nos fez melhor. A maioria dos convidados eram guitarristas, na verdade (…) e tem essa música chamada ‘Silhuette’ que tem esse riff de guitarra e foi a essência da música. Logo quando ele começou aquilo, nós já tínhamos um tempo, mas quando ele começou a fazer esse som nós ficamos tipo ‘Nossa, é isso, nós temos a música!'”

“Como um produtor, um músico, você tem um som em mente mas sempre existem surpresas, e você precisa de surpresas… quero dizer, Mozart tinha cada uma nota e cada coisa na mente dele… mas nós não somos Mozart, então… [risos] Não somos tão geniais!”, ele afirma.

As surpresas que moram em uma pista de dança são infinitas, e é desse território certamente conhecido pela banda que reside a maior parte de suas influências, inclusive, da própria cidade em que eles residem, Montreal, no Canadá. “Montreal era um lugar de disco nos anos 70”, conta a vocalista Laurence Giroux-Do, sendo complementada por Steeven logo em seguida. “É! Era a segunda capital de disco, depois de Nova Iorque. Existe uma grande cena de disco aqui ainda, então nós tentamos manter esse gênero e legado vivo mas com um toque moderno e tocar um pouco de tudo.”

“O propósito principal de nossa música é fazer as pessoas dançarem, ou fazer as pessoas sentirem um pouco de nostalgia, um pouco de melancolia.. quer dizer, não melancólico, algo mais melodramático”, ele conta. “Quando estamos em uma festa não apenas sentamos e bebemos, nós dançamos. Então é nossa personalidade, eu acho, de ser assim”, revela Laurence.

A nostalgia buscada pela banda também parece ser influenciada por artistas brasileiros, como Tim Maia e Os Mutantes, grupo que Steeven diz ser um Tesouro Nacional do Brasil, e ele não poderia estar mais correto. O Le Couleur, inclusive, revela estar com a passagem para o país guardada, mas pronta para ser utilizada assim que possível no futuro, promotendo expandir suas singulares e dançantes raízes por toda parte do globo… um espelho por vez.

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