O Lollapalooza 2019 chegou ao fim e muitos já sofrem de nostalgia e esperam ansiosamente a próxima edição. O festival desse ano foi marcado por shows cheios de energia e um ótimo equilíbrio na qualidade das apresentações que se dividiam entre os três palcos.

Shows memoráveis, de novos e velhos artistas, agradaram o público e ficaram guardados na mente de muitos. Mas, como nem tudo são flores, algumas apresentações deixaram a desejar, mesmo que nenhuma delas tenha sido realmente catastrófica.

Como um balanço final, o Mad Sound listou aqui os melhores e piores shows da oitava edição do Lollapalooza Brasil.

Melhores Shows:

5. Iza

A cantora carioca Iza mostrou todo o poder da música brasileira. A voz dela é surpreendente e o carisma é inegável. Ela não só cantou os hits “Pesadão” e “Ginga”, como fez ótimos covers de “Bad Romance”, da Lady Gaga, e “What’s My Name?”, da Rihanna. Ainda contou com a participação de Marcelo Falcão, do O Rappa, e de excelentes banda e coral de apoio. Iza é uma das grandes expoentes do pop nacional e sabe conduzir a plateia como poucos.

4- Twenty One Pilots

O duo americano Twenty One Pilots foi uma das surpresas do Lollapalooza 2016 com sua mistura de rock e rap emo. Com um horário melhor, esse ano trouxe a superprodução que é o show da turnê Banditos. Tyler Joseph e Josh Dun fazem de tudo no palco. Dão cambalhota, escalam as estruturas, fazem crowd surfing. Tyler toca piano, ukelele, baixo e manda os raps velosos como se fosse fácil. Josh toca bateria em cima da plateia, faz uma disputa de solo consigo mesmo pelo telão e sobre no piano para dar mortal de costas. As músicas, que tem letras depressivas mas sonoridade animada, agita o público e faz todo mundo cantar junto. É uma explosão de estímulos visuais e sonoros com performances perfeitas.

3- Bring Me The Horizon

O Bring Me The Horizon cumpriu a cota de rock pesado dessa edição. O metal alternativo da banda animou o público depois das pausas por causa do mau tempo. O vocalista Oli Sykes gastou todo seu português para conversar com a plateia e soltou vários palavrões hilários. Nas músicas mais pesadas, a banda colocou o Lollapalooza para entrar no mosh pit. Nas mais leves, fez muito marmanjo chorar. A produção do show é excelente, com seus telões e artes exclusivas para cada faixa e a performance dos membros são excelentes. É impossível não vibrar com cada berro rasgado de Oli.

2- Jorja Smith

A diva Jorja Smith estreou no Brasil com um R&B de classe. A maravilhosa voz de Jorja parece com a de uma cantora bem mais experiente. Ele varia entre toques de bossa nova, o pop e o rap/spoken word. A banda que a acompanha também é de primeira qualidade e todos trajaram a camisa da seleção brasileira, para delírio do público. Numa próxima edição do festival, merece estar em palco e horário nobres.

1- Kendrick Lamar

O show do rapper Kendrick Lamar é especial em muitos aspectos. Não só ele é um dos artistas mais importantes do momento, tendo levado um Pulitzer para casa, como o show teve um sentimento de exclusividade. A apresentação não foi televisionada, apenas os presentes puderam conferir. Começando com “D.N.A.”, colocou o público para pular e berrar todas as rimas. Lamar une o político e o introspectivo de forma ímpar e prova que o rap precisa de mais espaço nos festivais. O maior rapper do mundo atual desfilou seus beats ambiciosos, flow e lírica revolucionários.

Piores Shows:

5- Snow Patrol

A culpa do Snow Patrol estar na lista de piores shows não é culpa da banda. O show da banda de rock irlandesa/escocesa teve cerca de meia hora por causa do adiamento causado pela chuva. Com tempo apenas para dois hits, o grupo de Gary Lightbody fez de todo para compensar os fãs. Mas ficou a sensação de que faltava alguma coisa. Caso o festival não tivesse sido interrompido, a história seria outra.

4- Interpol

O Interpol entra, toca e vai embora. Simples assim. É o jeito dos caras, que não interagem muito com a plateia e não faz questão de agradar. A execução do material é ótima, mas fica a sensação de que é mais animador ouvir as músicas em casa do que assistir aos músicos tocando. Mesmo sem ter desanimado o público, é triste que nas poucas oportunidades de ver a banda ao vivo parece que os músicos não queriam muito estar ali.

3- Gabriel, o Pensador

Gabriel, o Pensador fez o que se espera de um rapper que lançou seus maiores hits em 1997. Em faixas como “Cachimbo da Paz”, animou o público. De resto, não faltaram reclamações do tempo da apresentação e sobraram covers de Charlie Brown Jr. como “Zóio de Lula” e “Dias De Luta, Dias de Glória”. Mesmo com homenagens a seu pai e discursos politizados, o rapper não parecia saber lidar muito bem com a oportunidade que lhe foi dada.

2- Tribalistas

Muita gente foi ao Lollapalooza só para assistir aos Tribalistas. Essa afirmação parece estranha dada a chuva de críticas que o festival recebeu ao anunciar a banda. O que aconteceu foi que o grupo criou um ambiente não conectado ao resto do evento. Os fãs cantaram e vibraram com toda a energia, mas o show teve problemas técnicos e microfonia. O trio formado por Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown parecia não estar fazendo mais do que a obrigação ao tocar lá. Eles quase não interagem e mostram que não têm mais química juntos.

1- Kings of Leon                                                                                          

O show do Kings of Leon é chato. Anunciada de última hora, a família Followill, os irmãos Caleb, Jared e Nathan e o primo Matthew, não têm muito carisma para chamar o público. O que faz com que a plateia só reaja nas músicas mais conhecidas, caso de “Molly’s Chamber” e “Sex On Fire”. O público começou a sair do festival antes do fim do show, mas preocupados em como voltar para casa do que em prestigiar a banda que não fazia questão de demonstrar nenhum tipo de gratidão em tocar. Erro do festival ao escolher a banda como headliner ou falta de empenho dos músicos, o sábado do Lollapalooza acabou com um desânimo total.