Alexander Giannascoli, conhecido por seu nome artístico (Sandy) Alex G, fez sua estreia no Brasil com três shows, iniciando em Porto Alegre, 15, e emendando duas apresentações em São Paulo, no Sesc Pompéia, nos dias 16 e 17. 

Com apenas 26 anos, ele pode ser considerado um veterano da música indie. A pouca idade não é barreira para sua prolificidade, tendo lançado em 2019 seu oitavo álbum de estúdio, House Of Sugar, via Domino Records, gravadora que distribui seus trabalhos desde 2015. 

Alex G abre sua segunda apresentação no Sesc Pompéia com três singles do mais recente lançamento para aquecer o público. “Gretel”, “Southern Sky” e “Hope” fazem dançar e revelam a popularidade do artista – todos cantam suas letras do começo ao fim, formando um coro apaixonado e dedicado. Na sequência, Alex e sua banda voltam no tempo e tocam hits antigos, não menos populares entre a plateia que segue vibrando a cada introdução. “Bobby”, “Thorns” e “Kicker” são algumas preciosidades da extensa discografia selecionadas para causar um tremor no Sesc. 

Após a romântica e misteriosa “In My Arms”, Alex G se mostra mais confortável no palco e arrisca brincadeiras com o público. “O show acabou, até mais”, brinca enquanto se posiciona para continuar a noite que não estava nem na metade. Ele deixa seu violão de lado e senta ao teclado para o que possivelmente foi o ponto alto de sua apresentação, a eletrizante “Brick”, de seu LP de 2017, Rocket. Uma espécie de fusão entre Death Grips, screamo e letras inevitavelmente comparadas a ícones como Elliott Smith, “Brick” é um trabalho que destoa das outras centenas. Um mosh é arquitetado, mas contido, transportando todos a uma Washington na década de 80, quando o punk fulminava na capital. 

O momento de caos organizado se encerra e a longa performance segue a todo vapor trazendo faixas de seus mais variados álbuns, como Rules, Trick, Dsu e Rocket. Impressiona a capacidade de Alex de não perder nenhuma ressonância emocional de seus trabalhos gravados ao se apresentar ao vivo. Na verdade, isso parece se intensificar. 

Como de costume, reserva o final de seu show para tocar os pedidos da plateia, que aos berros clama por hits como “Harvey”, “Mary” e “Sportstar”. Devidamente atendidos, a apresentação chega ao fim e satisfação é um sentimento unânime. É um privilégio poder celebrar a arte de um dos nomes mais consistentes dessa geração que, desde o começo, soube usar as novas tecnologias a seu favor e criou uma relação única com seus ouvintes, que mais parecem amigos pessoais. Aguardamos ansiosamente seu retorno ao país, que jamais esquecerá a noite íntima e única, com trilha sonora impecável. 

Veja como foi o show com fotos de Marcela Lorezentti e em seguida veja a setlist escolhida por (Sandy) Alex G para São Paulo.

  1. Gretel
  2. Southern Sky
  3. Hope
  4. Bobby
  5. Kute
  6. Taking
  7. Thorns
  8. Kicker
  9. Near
  10. Bug
  11. In My Arms
  12. Brick
  13. Horse
  14. Bad Man
  15. Mis
  16. Walk Away
  17. Crime
  18. SugarHouse
  19. Animals
  20. Serpent Is Lord
  21. Harvey
  22. After Ur Gone
  23. Proud
  24. Mary
  25. Icehead
  26. Sportstar