A banda de indie rock psicodélico Boogarins se apresentou na Casa Natura Musical, em São Paulo, na última quinta-feira, 20. A setlist do conjunto formado por Fernando “Dinho” (vocal, guitarra), Benke (guitarra), Raphael “Fefel” (baixo e sintetizadores) e Ynaiã (bateria), contou com os clássicos da banda, e, também, com faixas mais recentes de seu último projeto: Sombrou Dúvida (2019), que ganhará um extenso b-side em breve, anunciado pelos membros durante o show.

O espetáculo começou com a ótima “Tardança”, parte do último álbum do grupo. Mesmo sendo relativamente nova no repertório do Boogarins, a noite começou, desde o princípio, com um grande coro do público. Público esse, inclusive, que se tornou uma atração a parte, desde acompanhar quase toda palavra cantada pela banda, o que encantou e emocionou os próprios integrantes – o vocalista Dinho não conseguia conter sua felicidade em vários momentos -, além de pedir diversas canções no intervalo entre músicas tocadas, às vezes até comentado por algum dos membros. Durante toda a noite, o público presente demonstrava todo seu afeto pela banda, também, através de abraços entre amigos e namorados, e até danças.

A noite continuou assim, embalada em uma atmosfera aconchegante e intimista, com direito a dedicatória de uma fã que, pela internet, pediu que dedicassem a faixa “Passeio” – segundo Dinho, a única música romântica do Boogarins – para o parceiro, Gustavo, que estava presente no show. 

O ambiente também foi complementado pelo tom “viajante” da banda, impulsionado por outros incríveis, auxiliados, dessa vez, por vídeos com efeitos psicodélicos no rosto dos membros tocando, e com um jogo de luzes que dava ainda mais cor para a experiência sinestésica que é um show do Boogarins. 

O fim da apresentação chegou com três clássicos da banda: “Avalanche”, “San Lorenzo” e o maior hit dos goianos, “Doce”. Depois de “Avalanche”, ao escutar pedido de fãs sobre outra música antiga, o vocalista Dinho se justificou e disse que a próxima iria faze-los cantar tanto quanto as canções pedidas, no entanto, se esqueceu que havia uma música antes da “doce” saideira, e admite que esqueceu que ela estava na setlist, causando risadas entre a banda e o público.

Tal genuinidade e entusiasmo do Boogarins, como a de admitir um erro com um sorriso, comentar que os primos estão na plateia vendo o show pela primeira vez, com certeza, se ressalta tanto quanto sua ótima sonoridade e maestria com os instrumentos. A impressão que se passa, é a de uma banda que está conhecendo o sucesso agora, o que não é o caso do grupo, que lançou o primeiro álbum, “As Plantas que Curam” em 2013, e, hoje, acumulam quase 130 mil seguidores no Spotify, além de ter 2 milhões de plays em sua maior música na plataforma de streaming

A paixão transmitida pelos goianos é contagiante. Demonstrando que, não, chegar no topo de uma carreira não significa estar menos apaixonado pela essência do que criou tudo aquilo que foi conquistado, e, no caso do Boogarins, que há (muito) a se conquistar, ainda.

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