Carmo é um jardim fértil, um pomar bem cultivado que dá frutos fortes e saudáveis. Carmo também é o sobrenome de Italo e que dá nome ao projeto musical que o artista sorocabano estreou ano passado e ganha forma agora com o EP QUARTO INFINITO. Nas quatro faixas do trabalho, o pomar de CARMO se mostra tão fértil que seus frutos são capazes de viajar entre terrenos em uma dança livre.

“Meu Amor”, single do EP, pode ter nome, cheiro e gosto para alguns, mas CARMO mostra seu afeto a si mesmo, às frutas que nascem em seu próprio terreno. Em entrevista ao Mad Sound, CARMO contou que a sua inspiração vem do mundo ao seu redor e algumas sementes têm nome como Jorge Ben Jor, Lady Gaga, Liniker e The Weeknd, mas outras chegam anônimas: “O sentimento coletivo, a vontade de crescer e sonhar. Junto esses sentimentos todos com as inspirações que tenho. É como se juntasse tudo numa panela e o resultado é esse EP maravilhoso e cheio de sentimentos.”

O trabalho vem em plena pandemia, mas isso não significa que veio de um lugar de dor: “A minha arte é como o abraço que eu gostaria de dar em todo mundo. É literalmente uma conversa entre eu e o ouvinte. Então quando pergunto onde você queria estar, realmente é pra pensar em estar num lugar melhor – e de sonho – sem pressa pra gente dançar.” Assim, as frutas nascem e saem dançando conforme bate o vento no ritmo da música.

Em “Sem Pressa”, CARMO dança ao som de dias ruins, porque nem sempre um pomar dá frutos bons. “Sei lá, sem muita conversa só amor / sem pressa pra gente dançar”, ele canta nos lembrando que mesmo nesses dias, o amor e a arte floreiam e crescem. Um passo aqui e outro ali, o artista mergulha no amor que tem por si e pela dança, sem pressa.

A canção que carrega o nome do EP nos lembra que sonhar é a semente que dará frutos capazes de nos levar a novos lugares – sejam eles físicos ou mentais. “Teria te levado até o paraíso / Colocado um som pra gente pirar / Ao som do quarto infinito”. A música fala com você, comigo, com todos e a conversa que CARMO tem com a gente é fruto de uma viagem para dentro de sua própria mente e nos mostra que podemos fazer o mesmo.

“A gente passa a vida com tantos desejos no olhar e querendo estar em tantos lugares que esquece que as vezes é necessário viajar para dentro da própria mente pra continuar existindo. Sabe aqueles momentos em que você dança sozinho no quarto e de olhos fechados? Então. O EP é sobre dançar no seu próprio escuro e se sentir livre.”

“Me Diz (Onde Queria Estar)” encerra o EP como um avião aterrizando, a diferença é que aqui, CARMO não dita o lugar em que chegamos, pois essa decisão é do viajante que sonha e planta, que dança o caminho todo até chegar onde quer. Me diz, onde você queria estar?

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