Nascido na zona leste de uma das maiores cidades do mundo, São Paulo, Tolentino começou a nova fase de sua carreira em plena pandemia. O cenário é de puro caos e confusão, mas no instante que o play é dado, o cantor entrega nada menos que pura calmaria, leveza e, acima de tudo, sensibilidade.

Em 2020, Tolentino lançou “Aqui”, single que esse ano ganhou uma nova versão com a cantora novaiorquina VÉRITÉ. Juntos, eles contam a história de um relacionamento intenso, mas que não é visto da mesma forma para o outro. “tá muito fresco na minha cabeça / de quando eu fique, de joelhos no chão / te consumindo e depois você dizia / que não era fácil assim e que eu devia ser diferente / e que eu devia fazer as coisas e outro jeito”, ele canta.

A dor é cantada com tanta sensibilidade e leveza que é impossível não se deixar levar por ela e sofrer junto com Tolentino por um amor que está se perdendo e de fato se perde em “Parede”, single mais recente do cantor. A canção fala sobre um relacionamento que já chegou ao fim, mas que não foi superado. “Eu lembro de quando / A gente ficou / Jogado no sofá / Por onde será que você está agora / Já faz dois meses que você se foi / E você fez de tudo / Pra que eu não pudesse mais te encontrar”.

Em uma entrevista exclusiva ao Mad Sound, o cantor disse que as duas canções foram escritas na mesma época: “Elas sempre foram irmãs na minha cabeça, até pra guiar as próximas que estamos criando por aqui. Acho massa como apesar de contarem uma história só, cada uma delas é quase um extremo sonoro oposto dentro do próximo projeto.”

Apesar da letra triste que revive um amor perdido pelo qual todos nós já passamos, a canção chega quase como uma balada individual que podemos compartilhar mesmo estando longe um do outro.

“Uma faixa não é só uma gravação de uma canção se eu posso criar um universo com ela. E ‘Parede’ foi uma produção feita por mim sozinho e passei muitas semanas pensando cada detalhe. Queria que os vocais soassem como se eu estivesse ‘jogado no sofá’ com quem está ouvindo, mas que os instrumentais fossem bem dramáticos e grandiosos”, ele contou.

A sensibilidade na escrita e no vocal de Tolentino tem influências nos livros e nas músicas de Patti Smith, rainha no assunto, e viaja “por quem conseguiu criar uma comunidade contando histórias de verdade com melodias foda como Lady Gaga, David Bowie e Lorde“, ele conta. “E aqui do Brasil, eu não acho que teria começado a produzir minhas coisas sozinho aos 17 se não fosse pelo Jaloo me mostrar que era possível.”

Agora com 22 anos, Tolentino caminha nos passos desses contadores de história para registrar sua juventude e seus relacionamentos de uma forma intensa e criativa. “Meus corações partidos não vão doer tanto assim daqui 10 anos (por Deus, eu espero!) e é bem bonito deixar as coisas serem intensas.”

Com alma escritora, Tolentino conta que sua motivação tem sido saber que o novo dia traz mais uma chance de escrever algo melhor, algo que o conecta com o máximo de pessoas possível. “Sou emotivo demais e meio caladão, mas se você está ouvindo minha música, a gente pode ser emotivo junto e fazer companhia um pro outro. É muito bonito.”

“Aqui” apresenta a casa de Tolentino, mostra suas vulnerabilidades, suas forças, seu amor, sua sensibilidade e intensidade. “Parede” decora sua casa com cenas de relacionamentos que já foram, lições que foram aprendidas e abre a porta para novas experiências.

Ao ser questionado sobre o que vem a seguir, Tolentino explica: “É tipo quando a gente muda de casa e só quer receber os amigos quando tudo já está arrumado e decorado? Estou assim. Quero terminar de fazer a decoração da casa desse novo projeto pra todo mundo entrar junto e de uma vez lá pra conhecer, fazer uma grande house party. Mas posso dizer que a intenção é fazer ser ainda mais pop e provocativo do que tudo que já fiz (por mais difícil que seja fazer isso em 2021). E tem umas collabs que eu não acredito que são reais de tão boas a caminho também… “

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