Texto por Yannick Sasaki

O primeiro dia do Festival MITA que aconteceu no último sábado, 14 na Spark Arena em São Paulo trouxe música para todos os gostos. Com uma programação diversificada, trazendo desde a MPB de Gilberto Gil até o dance do Rüfüs du Sol. O espaço escolhido foi muito bem aproveitado, as apresentações aconteceram de forma intercalada nos palcos Villa-Lobos e Deezer, com a transição do público de um palco para o outro acontecendo com facilidade. 

A tarde foi iniciada cheia de nostalgia para os “emo véio” com um show da artista Day Limns que contou com diversos covers de bandas do emo nacional e internacional. A banda contava com um supertime selecionado à dedo do hardcore e emo nacional com Johnny Bonafé (BadLuv/Glória) no baixo, Gee Rocha (NxZero/Glória) na guitarra e Vítor Peracetta (BadLuv/Di Ferrero) nas baquetas, além da presença de Lucas Silveira (Fresno) na parte final do show.

Xênia França subiu ao palco com a luz do sol todinha pra si e trouxe muito batuque, com uma voz afinada cheia de timbres que fazem viajar, repleto de ritmos dançantes e que combinaram perfeitamente com a tarde que fazia. Logo após o término da apresentação de Xênia França, no palco oposto já havia movimentação para o show de um dos maiores nomes do rap nacional: Black Alien.

O rapper carioca trouxe todas suas rimas afiadas no seu português-inglês em um show que teve grande interação do público ali presente com o artista, com destaque para as faixas presentes no teu último disco, Abaixo de Zero: Hello Hell, sucesso mais recente de Gustavo.

A quarta atração do dia foi Luedji Luna, trazendo diversas canções presentes no seu trabalho, Bom Mesmo É Estar Debaixo D’Água, álbum presente com quase unanimidade em todas lista de melhores álbums de 2020 do país. A compositora baiana tocou em um fim de tarde lindo, com o céu alaranjado que embelezou ainda mais a apresentação.

Marina Sena chegou com hits chicletes e dançantes, levando o público ali presente à experimentar a diversidade musical presente no festival, com destaque para os sucessos “Por Supuesto” e “Ombrim”, a primeira canção, presente em seu mais recente trabalho De Primeira (2021) e a segunda sendo fruto de uma parceira com BAKA e Rosa Neon.

Quando o sol começava a se por, Gilberto Gil subiu ao palco Villa-Lobos com uma setlist que viaja entre seus sucessos, na ponta da língua de grande maioria presente. O show de Gilberto Gil contou com a participação especial de sua neta, Flor, de apenas 13 anos, para cantar “Andar com Fé” no palco do MITA. Fazendo sua primeira apresentação para um público grande, Flor chorou de emoção e foi celebrada pelo avô e pelo público do MITA.

O próximo artista e penúltimo da noite a se apresentar foi o britânico Tom Misch, com diversas levadas meio jazz, meio bossa nova e meio disco, a ambiência que Misch consegue criar com sua música relaxa e anima ao mesmo tempo, como seu maior sucesso “It Runs Through Me”, música que tem claras referências ao Brasil em sua construção.

A atração mais aguardada da noite com certeza era o Rüfüs du Sol, o grupo australiano voltou ao Brasil depois de três anos, dessa vez trazendo uma setlist muito mais focada em seu último trabalho, Surrender, lançado em 2021 durante a pandemia. O trio formado por Tyrone Lindqvist, Jon George e James Hunt entregou um espetáculo além da música, com diversas projeções visuais sendo expostas em sincronia com a banda.

Com destaque à sequência final do show, “Underwater”, “Always”, “Alive” e “Innerbloom”, a última sendo cantada com energia pelos fãs da banda. O trio ainda voltaria ao palco pra tocar no encore, “Next to Me” e “No Place”, encerrando assim o primeiro dia do Festival MITA.

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