Na última quarta-feira, 17, Karen Jonz lançou a nova versão de “Traço Tóxico”, com participação de Arthur Lua (que antes se apresentava como Arthur Mutanen). A roupagem inédita faz parte de um projeto de reimaginação de algumas faixas do álbum GUIZMO (2025), que teve seu pontapé inicial com uma versão de “Meu Fôlego” em parceria com Lucas Silveira, lançada em maio.

Três anos após o lançamento de seu primeiro álbum, Papel de Carta (2022), Karen se encontra agora em uma nova fase, fora da gravadora que lançou seu último projeto e abraçando a oportunidade de se dar mais tempo para ser criativa e livre com as estratégias do novo disco. Para ela, essas músicas “de cara nova” chegam como uma maneira de dar um tempo de vida mais longo para um projeto tão especial quanto um álbum. 

Na visão da cantora, compositora e produtora, um disco é algo que exige muito tempo, carinho e dedicação, e algumas músicas dentro do projeto acabam ficando esquecidas, seja por falta de divulgação ou pela lógica cruel do algoritmo, que entrega algumas faixas mais do que outras. Trazer novas versões dessas canções, portanto, seria uma maneira de dar mais atenção e um novo respiro a um trabalho tão especial.

“Nós, artistas menores, não temos essa coisa de trabalho de rádio e não temos mais uma MTV que vai e dá um suporte para clipe, então fica muito a nosso critério fazer essa virada”, explica em entrevista ao Mad Sound. “Com o Papel de Carta [álbum de 2022] eu senti que foi um pouco fraco nesse sentido, de fazer essa virada. Eu também não tenho verba para ficar fazendo vários clipes e explorar visualmente em redes sociais. Eu quis dar uma segunda chance para essas músicas.”

A escolha de “Traço Tóxico” como uma das faixas a serem reinventadas não foi ao acaso. Como estratégia, a cantora escolheu propositalmente dar uma atenção às músicas do GUIZMO que receberam o menor número de reproduções nas plataformas digitais – e essa era a menos ouvida. A faixa chega no digital agora não só com a versão acompanhada de Arthur Lua, mas também em roupagem acústica com o nome de “Tóxico”.

Karen explica a decisão por trás de quem seria convidado para o feat: “Eu acho que essa música é a mais emo do disco. E desde o começo ela precisava de alguém gritando, então eu convidei o Arthur para participar. Ele super aceitou e as coisas foram fluindo porque ele é muito colaborativo, empolgado para fazer as coisas. É muito legal quando você tá trabalhando com uma pessoa e ela se envolve no processo.”

Outras faixas do GUIZMO (2025) devem ganhar novas versões em breve, como “Superficial” e “Silêncio”, que será lançada em inglês. Karen revela que também já começou a montar um possível show para marcar essa fase. “O meu objetivo com o show não é fazer uma super turnê e viajar o Brasil inteiro”, explica. “Eu acho que existe uma dificuldade atual que é: A gente não tem mais tantas casas underground quanto a gente tinha há anos atrás. Então, um artista que tá começando não tem muita opção de lugar pra fazer show. E aí, um artista que é estourado, ele vai de nunca ter feito um show pra fazer um show pra 5 mil pessoas. E é muito louco isso, porque não se ganha experiência de palco. Você não começa fazendo um show pequeno pra ir aumentando, pra ir ganhando confiança. De repente explode e aí você tá numa arena. Então existe um underground muito, muito, muito underground, mas não tem uma coisa um pouco mais meio termo.”

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