Rhythms del Mundo é um projeto que traz músicas já consagradas com as participações de famosos artistas, mas com um diferencial. As faixas são reinterpretadas e trazem uma roupagem diferente, com ritmos cubanos.
Em um momento tão crítico como o que vivenciamos agora, o grupo destaca-se por falar a respeito da crise climática. O EP Cuba (2006) foi disponibilizado apenas recentemente nas plataformas de streaming e, assim como feito em sua época de lançamento, o projeto busca trazer conscientização a respeito das mudanças climáticas e angariar fundos para a causa.
Trazendo a participação de artistas bastante famosos como Coldplay, U2 e Sting em faixas clássicas de suas carreiras, eles possuem uma história interessante.
Durante entrevista exclusiva com o Mad Sound, Christian Berman e Demetrio Muñiz conversaram sobre a ideia por trás da criação do Rhythms del Mundo, a relação da indústria musical com a crise climática, se outros trabalhos chegarão no streaming e mais!
Como dito por Berman, a ideia por trás do projeto surgiu em 2005, depois do Festival de Filmes em Sundance: “Tivemos a sensação de que precisávamos fazer um álbum trazer consciência, mas também fazer um álbum divertido. Essa foi a primeira ideia.”
“Um ano antes, o Frank e eu fomos para Cuba pela primeira vez em nossa vida, e tivemos um tempo maravilhoso escutando a música, conhecendo as pessoas, entrando na cultura, que sentimos que precisávamos transportar essa energia e trazer ela para o mundo, combinada com algo mais. E então a ideia surgiu de fazer super hits internacionais, feitos pelos artistas originais, com arranjos cubanos.”
Ao ser perguntado sobre qual foi a sensação que teve ao ser pedido para se juntar ao projeto, Muñiz explicou: “Eu estava preocupado, porque eu nunca fiz, em minha vida, uma fusão assim com rock. Você tem em suas mãos um hit. Todas as pessoas conhecem essa música. Todas as pessoas cantam essa música. E você tem que respeitar o conceito. O significado da palavra, o significado da música, mas você tem que mudá-la, você tem que fazer uma versão, uma versão cubana, você sabe, com o Congas e tudo o que temos.”
O Brasil e o mundo foram chocados pelas catástrofes que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos meses, trazendo bastante atenção às mudanças climáticas. Mesmo que esteja em pauta, para Berman, o assunto ainda não é suficientemente debatido dentro da indústria da música.
“Eu acho que tem que ter muito mais artistas envolvidos, artistas francos, porque nós podemos realmente fazer uma diferença com a música. Porque com a música você alcança as pessoas, a música realmente une e cria consciência, e se pessoas como os grandes artistas, você pensa, ‘uau, o que está acontecendo?’ Precisamos de ajuda. E precisa ser feito mais, e é por isso que ficamos tão felizes que, até 18 anos depois de seu lançamento, todos os artistas apoiaram novamente, porque o problema é muito maior do que 18 anos atrás, quando começamos. Então eu acho que precisa de mais consciência e artistas, e eu acho que precisamos de mais atividade política com os artistas, têm muito mais a ser feito.”
Sobre os outros álbuns, eles não sabem se estarão disponíveis nas plataformas de streaming: “Não sabemos, veremos o que acontece no futuro. Se tiverem mais artistas, também estarão disponíveis para o streaming. Estamos trabalhando nisso.”