Texto por Stephanie Souza

O retorno do Yellowcard aos palcos brasileiros marca um dos momentos mais aguardados desta nova fase da banda. O grupo realizou uma série de shows no país: no dia 23 de agosto em Curitiba, no Estádio Couto Pereira; no dia 27 no Rio de Janeiro, na Jeunesse Arena; e em São Paulo, com duas datas — uma performance no Tokio Marine Hall no dia 29 e outra no I Wanna Be Tour no dia 30.

Já o aguardado álbum de estúdio Better Days, está previsto para o dia 10 de outubro, possui singles que já acumularam mais de 6,4 milhões de streams desde o lançamento.

O Mad Sound conversou com Ryan Key e Sean Mackin, respectivamente, vocalista/guitarrista e violinista da banda Yellowcard, sobre a volta ao Brasil, o lançamento do novo álbum Better Days, marcado para 10 de outubro, e algumas coisas a mais. Confira na íntegra:

Mad Sound: Pelos meados dos anos 2000, era praticamente impossível não ouvir “Ocean Avenue” nas grandes mídias, como rádio, filmes, séries, acho que é seguro dizer que esse momento foi a virada do jogo para a banda, certo?

Sean Mackin: É por isso que voltamos, claro. 

Ryan Key: Com toda certeza, é por isso que temos um trabalho de verdade agora. 

MS: Como é estar de volta ao Brasil depois de tantos anos e poder se reconectar com os fãs brasileiros?

SM: Eu acho incrível. Saindo de um momento em que o Yellowcard não estava mais junto como banda, passamos muito tempo dizendo adeus a pessoas que acreditamos que nunca veríamos… E também não tivemos a oportunidade de nos despedir aqui no Brasil. Ainda temos boas memórias e histórias do quão incríveis nossos fãs brasileiros são, estar aqui agora parece uma grande celebração. Especialmente se alinharmos com nossa nova música Better Days. 

MS:  O que vocês mais gostaram no Brasil até agora? 

RK: Eu teria que dizer que foi o momento em que tocamos Better Days no show do Rio de Janeiro. É uma das músicas do nosso novo álbum e se tornou um dos momentos mais memoráveis em todo esse tempo fazendo música. Temos “Ocean Avenue” que definiu bastante de nossas vidas e nossa carreira que, obviamente, você vai tocar por último mas… Quando você lança algo novo depois de tantos anos, você sabe que seus fãs mais dedicados vão gostar do que foi feito e, no Rio, tocando uma música recém lançada para uma arena com mais de seis mil pessoas, uma multidão cantando tão alto que estávamos com lágrimas nos olhos no palco.

Pela primeira vez em 20 anos, eu sinto que esse novo álbum realmente vai causar um impacto sobre muitas pessoas. Tem algo de diferente nessas novas músicas e também na maneira em como as pessoas estão reagindo a elas. Foi como se tivéssemos tocado essa canção por 20 anos, parecia um hino, algo do tamanho do Green Day, nunca tínhamos experienciado isso com um trabalho novo antes. E, obviamente, estando no Brasil, você vai viver experiências assim porque os fãs aqui são simplesmente loucos e muito intensos quando se fala de música. 

Yellowcard e o novo álbum Better Days

MS: Seu novo álbum Better Days está marcado para sair em Outubro. O que podemos esperar dele? Existe algum conceito ou sentimento particular por trás da criação dele? 

RK: Depois de mais de 20 anos tentando recapturar a magia do que fez Ocean Avenue ser o que é, eu acredito que finalmente conseguimos fazer isso de novo. Tentamos muitas versões e ideias diferentes. Escrevemos centenas de músicas e, mesmo que não digamos em voz alta “você tem que fazer isso ser tão bom quanto o Ocean Avenue”, essa questão ainda está sempre no fundo de nossas mentes. E bem, de alguma forma, desta vez, quando ouço esse disco eu tento me colocar nos ouvidos e na mente dos fãs da banda e não vejo como não vão gostar das músicas. Acho que se você é fã do Yellowcard, você vai gostar.

SM: Eu acho que tem um sentimento de alegria genuína neste álbum novo. Sabe, quando fizemos o Ocean Avenue tivemos muito tempo para preparar o álbum. Tínhamos músicas por muito tempo e também éramos muito jovens, e estávamos nos dirigindo em direção a um objetivo comum. Acho que desta vez não tínhamos muitas expectativas e também tivemos direção de um novo amigo que também estava dedicado e deu 100% de si nessas novas músicas… Qual o nome dele? Travis Barker, algo assim. Então assim, devido a tantas coisas diferentes acontecendo em nossas vidas, afirmo que neste novo momento não senti pressão e sim felicidade. 

MS: Como a nova fase tem sido pra banda em termos de criatividade, dinâmica e energia dentro e fora dos palcos?

SM: É coletivo, colaborativo e tudo isso tem sido super emocionante. 

RK: Tem sido mais sobre cuidar uns dos outros. É sobre saber que não se trata apenas de você e sim do todo. E claro, teremos desafios no caminho mas realmente estamos focados em garantir que esses desafios sejam entendidos e discutidos. Tenho dito isso bastante em entrevistas desde que voltamos: aprendemos a ser gentis uns com os outros. 

MS: Após tantos anos de carreira, como vocês enxergam o legado do Yellowcard?

RK: Eu acho que, por mais estranho que isso possa parecer… Em termos de legado, eu realmente sinto que estamos apenas começando. Eu acho que há uma vida inteiramente nova aqui. Mesmo que Ocean Avenue continue no topo da cadeia, acredito que podemos começar a sentir as engrenagens da vida funcionando novamente.

SM: Eu diria que o legado do Yellowcard está crescendo e, obviamente, os momentos de Ocean Avenue foram enormes e mudaram nossas vidas. Mas este capítulo de Better Days é realmente muito especial e está apenas começando. O nome diz tudo. 

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