Kevin McKay, produtor do hit “Buscando Money”, que chegou a alcançar mais de 8 bilhões de visualizações no TikTok, se uniu a cantora e compositora brasileira NYLA para lançar o novo single “2 On”. A faixa é uma versão dance da canção de Tinashe, lançada no álbum Aquarius, de 2014.

O DJ, produtor e proprietário de gravadora Glasgow Underground tem uma discografia que abrange 30 anos. Ele produziu faixas de dance de renome mundial até produções underground.

Já NYLA é uma cantora, vocalista e produtora brasileira que mistura seu amor pela cultura latina com cenas alternativas e underground, criando um estilo musical único e destemido. Ela ganhou reconhecimento no Spotify com quase 29 mil ouvintes mensais. Suas faixas mais populares incluem “Stay The Night” (61.329 streams), “One Dance” (52.825 streams) e “Me Sinto Tranquila”.

McKay conversou exclusivamente com o Mad Sound e contou mais sobre o lançamento e sobre sua trajetória. Confira logo abaixo e no fim da matéria ouça o single “2 On”.

Mad Sound: Para começar, você pode compartilhar um pouco sobre o que o inspirou a se tornar DJ?

Kevin McKay: Oh, uau. Eu comecei a ser DJ em 1989 ou 90, quando estava na universidade. Tinha uns 19 ou 20 anos. Eu morava sozinho e costumava fazer festas em casa porque era uma das poucas pessoas na universidade que morava perto e tinha seu próprio espaço. Eu sempre tive uma coleção de discos, então era o cara que levava a música e fazia mixtapes para as festas. Quando me mudei para Glasgow, morei perto de um clube chamado Sub Club, que agora é um famoso clube de house music, em funcionamento há mais de 30 anos. Foi lá que me apaixonei pela house music. Peguei meu amor pela dance music e o direcionei para a house music. Comecei a colecionar discos de house, economizei e comprei alguns toca-discos. E, você sabe, o mesmo amor por compartilhar música e fazer mixtapes evoluiu para o DJing. Foi assim que tudo começou.

MS: Houve algum artista, passado ou presente, que o influenciou ou inspirou muito?

KM: Oh, uau. Sim, definitivamente. No começo, em termos de grandes artistas, os que mais me inspiraram foram Prince, Stevie Wonder, Fleetwood Mac, George Michael, entre outros. Eles tinham uma mistura que envolvia elementos de música eletrônica dentro do seu trabalho pop. Já na cultura da house music, muitos dos primeiros produtores de house de Nova York e Chicago, como Frankie Knuckles e Masters at Work, foram grandes influências. Mas, você sabe, essa inspiração continua ao longo da minha carreira. Estou sempre descobrindo novos artistas e discos, mesmo alguns feitos há 30 anos, que me inspiram a continuar criando.

MS: Interessante. Qual foi a principal inspiração por trás da sua faixa “2 On”?

KM: Eu sempre gostei da música original, que é de Tinashe, produzida por DJ Mustard. É uma faixa de R&B de 2014, e eu sempre busco por ideias de amostras de músicas que as pessoas possam reconhecer de outros gêneros, para ver se podemos criar uma versão house, algo para tocar nos clubes. Eu sempre quis fazer uma versão dessa música, mas nunca encontrei o vocalista certo para isso. Quando conheci a NYLA, que é de Brasília, percebi que a voz dela se encaixaria perfeitamente nessa faixa. Pedi para ela gravar uma demo, e quando ouvi, fiquei encantado com a interpretação dela. A partir daí, foi fácil produzir a música, pois o vocal dela deu a direção que eu precisava.

MS: Agora, uma pergunta relacionada a isso: como surgiu a colaboração com a Naila e como foi essa experiência para você?

KM: Como eu mencionei, a NYLA compartilha a mesma gestão do Tayson Griss, e ele começou a nos enviar demos vocais dela. Algumas eram covers, outras eram originais. Como somos próximos do Giacomo, o empresário, eu ouvia todos os novos artistas que ele estava contratando e simplesmente adorei a voz dela. Somos uma das poucas gravadoras que trabalham com ela no momento, o que me faz sentir muito sortudo. Continuamos colaborando bastante com o produtor dela. Eu realmente adoro a voz dela e estou feliz por ajudar a promovê-la. Acho que ela é uma cantora e compositora muito talentosa e espero que ela alcance grandes coisas.

MS: Interessante. Você conhece algum outro artista brasileiro?

KM: Sim, temos conversado com alguns artistas brasileiros para possíveis colaborações, especialmente do lado dos produtores. Ao longo da minha carreira, tive contato com vários artistas brasileiros, mas no momento não temos nada em andamento. Claro, há muitos artistas brasileiros famosos fazendo música dance atualmente, mas como gravadora, estamos sempre procurando desenvolver talentos emergentes. Estou sempre atento para descobrir novos artistas.

MS: Como é trabalhar com artistas de diferentes partes do mundo?

KM: Essa é uma pergunta interessante. Eu adoro. Cada artista traz sua própria perspectiva única para a música dance. A música dance começou nos Estados Unidos, em Nova York e Chicago, e foi se espalhando pela Europa Ocidental e, eventualmente, pelo mundo todo. Hoje, você tem diferentes gêneros em praticamente todos os países. Recebemos demos do Brasil, Peru, Equador, México, Japão, de todo lugar, e é maravilhoso ouvir como pessoas diferentes criam música, influenciadas tanto pela sua cultura quanto pela história da house music. É realmente incrível.

MS: Você administra a gravadora Glasgow Underground há muitos anos. O que o inspirou a começar a gravadora?

KM: Para ser honesto, eu precisava de uma gravadora para lançar minha própria música. Eu já tinha uma gravadora antes da Glasgow Underground, mas ela só lançava minhas músicas. O distribuidor com quem eu trabalhava disse que eu precisava assinar com outros artistas, caso contrário, as pessoas se cansariam da gravadora. Então, comecei a assinar com outros artistas e descobri que era bom nisso. Assinei com alguns grandes nomes, como Romanthony e Mylo. Isso me permitiu continuar fazendo música. Às vezes, foco mais em criar música; outras vezes, me concentro mais no lado comercial de assinar artistas. Mas tento equilibrar os dois, porque amo ambos os aspectos: desenvolver artistas e criar música.

MS: Para finalizar, quais são seus planos para o resto de 2024?

KM: Para o resto de 2024, vou continuar fazendo o que venho fazendo na primeira parte do ano: criar novas músicas de dance, buscar novas ideias interessantes para manter as pessoas entretidas na pista de dança e inspirar os DJs a tocarem nossos discos. Continuarei trabalhando com todos os artistas incríveis da Glasgow Underground. Estou muito feliz com onde estou agora, então não tenho grandes planos de mudar nada. Estou contente e quero continuar fazendo o que estou fazendo.