Em moisturizer (2025), Wet Leg retorna mais confiante, ainda muito sarcástica, mas explorando mais camadas românticas. A dupla composta por Rhian Teasdale e Hester Chambers causou forte impressão com seu álbum de estreia em 2022, que lhes rendeu logo de cara dois Grammys: Melhor Álbum de Música Alternativa e Melhor Desempenho de Música Alternativa com “Chaise Longue”.
Há três anos, a banda canalizou o famoso humor sarcástico britânico em um disco completamente influenciado pelo rock de garagem. Os vocais secos e por vezes até entediados de Rhian Teasdale deram vida a letras que não se levavam muito a sério, mas que caíram nas graças do público e trouxeram vida nova ao rock alternativo inglês. Em seu novo álbum, Wet Leg ainda deixa espaço para os riffs sujos e as sacadas bem-humoradas em faixas como “catch your fists” e “pillow talk”, mas a maior parte do disco é sobre o tema mais universal de todos: o amor.
moisturizer navega principalmente a experiência de Teasdale redescobrindo sua sexualidade e falando sobre um amor queer pela primeira vez. A sensação completamente nova chega com um misto de pânico em “CPR” (“É amor ou suicídio?”), se transforma em aceitação em “pond song” (“Nunca estive tão apaixonada”) e termina com a sensação de conforto e segurança com a faixa de encerramento “u and me at home”.
Produzido novamente por Dan Carey, o disco mantém a identidade do Wet Leg enquanto traz também um som mais refinado e com mais texturas e camadas. As faixas mais sujas são intercaladas com baladas mais vulneráveis como “davina mccall” e “11:21”, mas a maior parte do disco traz uma sensação de um pop rock romântico oitentista divertido e refrescante, como se estivéssemos acompanhando a trilha sonora de um filme coming of age.
Viciante e acalentador, moisturizer não busca catapultar Wet Leg a um novo patamar na indústria, mas sim fidelizar o público cativado por seu disco de estreia e oferecer um território mais confortável onde os fãs possam deitar a cabeça e repousar tranquilos. Quem esperava um lugar para canalizar a raiva e frustração com o estado do mundo, vai ser surpreendido por algo ainda melhor: a sensação de que em tempos difíceis e imprevisíveis só nos resta amar.
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