Quando a primeira versão de Esquadrão Suicida estreou em 2016, as expectativas eram altas. O elenco de peso reunia nomes como Will Smith, Viola Davis e Cara Delevingne, e trazia Margot Robbie e Jared Leto nos papéis do casal fora da lei, Arlequina e Coringa.
A ideia inicial de trazer um grupo de vilões para as telas do cinema parecia promissora, mas a recepção negativa de Batman Vs Superman (2015) comparada à aclamação de Deadpool (2016), da concorrência, fez com que a DC repensasse o teor sombrio que pretendia adotar com a franquia. Aos 45 do segundo tempo, o filme de David Ayer passou por um novo processo de edição e estreou nas telonas com um tom mais cômico. Entretanto, a estranheza nos cortes de cena e a falta de coerência no enredo fez com que Esquadrão Suicida (2016) fosse um fracasso na crítica.
Em 2021, a DC buscou se redimir do erro chamando James Gunn para dirigir um reboot-sequência do filme apenas 5 anos após sua estreia. Chamado O Esquadrão Suicida, a nova versão do longa mantém Margot Robbie e Viola Davis no elenco, mas substitui a figura paternal de Will Smith pelo personagem de Idris Elba, além de introduzir uma longa lista de novos rostos e apagar completamente as conexões com o passado.
O Esquadrão Suicida (2021), ao contrário de seu antecessor, foi um sucesso na crítica, atingindo uma marca superior a 90% no Rotten Tomatoes. Apostando no humor escrachado temperado com pitadas de gore, o filme parece ter feito sucesso com o público masculino que aprovou o grande pivô responsável por desviar o rumo da franquia, Deadpool.
O elenco e o tom geral do longa não são as únicas diferenças a serem notadas entre o reboot de 2021 e o original de 2016. A trilha sonora de ambos também sofreu uma repaginada drástica. Enquanto o primeiro Esquadrão Suicida apostou em nomes do hip-hop e R&B moderno, assim como uma versão do Panic! At The Disco de “Bohemian Rhapsody”, o segundo filme procurou adotar um som mais tradicional, buscando nomes como Johnny Cash e até mesmo um samba brasileiro da cantora Céu. O Brasil marcou presença na trilha por conta da atriz Alice Braga, que aparece em O Esquadrão Suicida (2021) como a personagem latina Sol Soria. Além delas, a colaboração entre Drik Barbosa, Gloria Groove e Karol Conka também pode ser ouvida no filme.
Confira a seguir 5 principais faixas de cada trilha sonora que evidenciam o contraste entre um filme e outro.
Esquadrão Suicida (2016): Desobediência, sensualidade e energia
Quando o primeiro Esquadrão Suicida (2016) surgiu, a intenção do filme era passar uma atmosfera carregada de adrenalina, rebeldia, agressividade e energia caótica. Para embalar as cenas de luta, os comentários ácidos e o “amor bandido” do casal do crime, a trilha sonora apostou em nomes do R&B, hip-hop e pop alternativo que estavam em alta na época do lançamento, montando uma curadoria jovial e desafiadora – como o filme deveria ser.
01. Medieval Warfare – Grimes
02. Heathens – Twenty One Pilots
03. Gangsta – Kehlani
04. You Don’t Own Me – SAYGRACE feat. G-Eazy
05. Sucker For Pain – Lil Wayne, Wiz Khalifa, Imagine Dragons, X Ambassadors
O Esquadrão Suicida (2021) – O tradicionalismo do country blues americano em contraste com o liberalismo latino
Em O Esquadrão Suicida, o grupo de anti-heróis que pertence ao governo americano se vê no centro de uma verdadeira caça aos latinos – inimigos número um dos Estados Unidos. Enquanto os vilões e assassinos pertencentes ao Esquadrão Suicida são retratados quase como heróis e embalados por músicas que exaltam o conservadorismo americano, a representação latina do elenco recebe um tom de sensualidade e selvageria, com os personagens sofrendo certa desumanização por parte do enredo.
01. Folsom Prison Blues – Johnny Cash
02. Samba na Sola – Céu
03. Point Of Know Return – Kansas
04. Quem Tem Joga – Drik Barbosa, Gloria Groove, Karol Conka
05. Rain – grandson feat. Jessie Reyez
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