Nesta terça-feira, 15, o Terno Rei lançou seu novo single, “Difícil”. A faixa chega depois de “Dias da Juventude” e terá um videoclipe divulgado nesta quinta-feira, 17. Ambos os singles marcam o início de uma nova fase da banda, com sonoridade mais eclética e ousada após o sucesso de Violeta (2019).

Em entrevista para o Mad Sound, os integrantes do Terno Rei deram spoilers sobre o novo videoclipe, falaram sobre as expectativas para o show no Lollapalooza 2022 e comentaram o novo álbum. Muita coisa ainda é mistério, mas eles adiantam que o nome será divulgado na próxima terça-feira, 22.

Mad Sound: Olá meninos, é um prazer estar falando com vocês. Parabéns pelos lançamentos novos, eu gostei muito de ouvir! Hoje vocês lançaram “Difícil” que tem uma sonoridade bastante nova para vocês, um leve aceno pro synthpop que está bastante em alta. Como foi fazer essa faixa?

Ale Sater: Essa é uma faixa que a gente tinha a composição, mas não tava conseguindo encaixar uma levada, uma produção para. Aí, de repente, do nada, surgiu. E quando surgiu foi muito rápido. Acho que foi um dos dias mais gostosos da pré-produção. Em duas horas a gente fez a música e tava muito legal.

Ela tem uma pegada mais dançante, mas um pouquinho mais agressiva do que o que a gente faz normalmente. Tem um pouquinho de raiva. É bom, eu gosto muito assim. Até por isso que a gente escolheu como um dos singles.

Luis Cardoso: Foi bem legal porque a gente estava no sítio fazendo a pré-produção, e essa música a gente já tinha achado muito boa, só que não estava achando o ritmo ideal dela, não estava agradando. E aí a gente fez as sessões, a gente tava ouvindo um som ali e ouvimos alguma coisa que era bem rápida. Aí pensamos “Nossa, a gente podia tentar colocar rápido, né?”. A gente já tinha tomado várias, entrou todo mundo empolgadasso no estúdio.

Ale: Já tinha acabado o ensaio mas [falamos] “Vamos tentar lá!” e foi na hora.

Luis: Foi bem legal, deu certo na hora e a gente falou “É isso!”. Foi uma música bem fácil de fazer depois que…

Ale: Teve o [momento] “Eureca!” ali, né?

Luis: É.

MS: Vocês tiveram alguma referência específica para ajudar nesse momento de bloqueio?

Ale: Umas bandas russas, né? Aquelas bandas russas de pós-punk.

Bruno Paschoal: É! Mochat Doma, Joy Division, Buerak. Nessa linha aí.

Ale: Um sonzinho mais prafrentex.

MS: E essa semana tem clipe vindo por aí, né? Não vou pedir spoilers, mas queria saber um pouquinho dos bastidores.

Bruno: A gente também não viu ainda [risos]. A gente fez esse clipe na loucura, filmamos nesse último fim de semana. 

Luis: É um lance meio de uma menina, uma mulher, fugindo de uma perseguição, passando pela cidade de São Paulo, em alguns lugares e tal. Vai ter a gente tocando de novo, mas, assim, o bolo inteiro eu não consigo te falar porque eu nem vi. 

Bruno: A música fala sobre amizade, então a menina tá meio perdida, tentando se encontrar, sabe? Ela nem tá tanto sendo perseguida, eu acho. Ela tá meio nessa sensação de tentar se encontrar pela cidade e tal. E aí, meio que ela vai se resolvendo. O que tem tudo a ver com a questão da letra, né, que fala sobre isso.

Ale: Tem uma vibe mais dark. O nosso primeiro single, “Dias da Juventude”, é bem mais doce, mais nostálgico, mais melancólico também. E essa música tem um pouquinho mais de raiva, é mais noturna.

MS: Apesar dessas diferenças entre as duas, eu senti uma vibe semelhante nas temáticas entre elas – juventude, amizade. Senti uma coisa meio coming of age. Queria saber se o álbum novo tem algum conceito específico?

Ale: Tem! Tem um conceito que é até o nome do álbum, mas esse spoiler eu não posso dar para você. Mas tem a ver. Não tem música só sobre isso, óbvio. Tem coisas sobre a vida, sobre o amor, mas a amizade foi o tema mais usado. Acho que das 12 ou 13 músicas, ele está [presente] em 4 ou 5.

MS: O que a gente pode esperar desse novo álbum que vocês podem contar pra mim?

Bruno: Acho que o que a gente pode falar é que foi o trabalho que a gente mais se empenhou para fazer. Acho que é o trabalho mais eclético da banda até hoje. Tem música de quase todos os estilos ali que a gente consegue navegar. Acho que está todo mundo mais velho, mais maduro, já se entendendo melhor e [entendendo] como funcionam as coisas. 

Óbvio que é a galera que vai dizer se gostou ou não, mas para a gente, para nós como banda, como Terno Rei, acho que é o melhor trabalho que a gente já fez. É o mais minucioso, que a gente fez com calma e com todo o tempo do mundo, pensando em cada detalhe, cada composição. Acho que, por enquanto, é o trabalho da nossa carreira.

Luis: Para quem quer saber como o disco tá mesmo, os singles já evidenciam muito isso. Cada single está saindo com um mood que vai ser explorado melhor no álbum. Vai ter mais músicas com synth, mais músicas com guitarra também. E no terceiro single a gente vai apresentar uma outra sonoridade, um pouco mais tranquila, que também vai fazer parte de um grupo de músicas. 

MS: Quando vocês começaram a compor esse álbum?

Bruno: Setembro de 2020, não foi? Agosto de 2020, por aí.

Ale: Foi depois do acústico. Teve até a história do sítio, que o nosso técnico chamava a gente toda hora pro sítio, aí nós fomos umas quatro vezes. Duas vezes só nós e duas vezes com os produtores. E foi lá que a gente compôs esse disco.

MS: O último disco de vocês foi o Violeta e ele foi muito bem recebido. Vocês acham que essa repercussão influenciou de alguma forma na hora de fazer o novo álbum?

Bruno: O Ale pode me corrigir se eu estiver errado. Eu acho que não influencia diretamente, mas depois que você lança um álbum “bem-sucedido”, entre aspas, você quer superar aquilo. Eu acho que influencia mais nessa questão de você querer fazer um trabalho à altura. Pra mim, foi mais nesse aspecto.

Luis: Sim, mas não muito no sentido da sonoridade. Acho que isso não é uma coisa em que a gente mirou. É mais um lance de responsa mesmo. De “Ó, soltamos um negócio legal, o pessoal gostou, e agora a gente tem a responsabilidade de soltar alguma coisa com uma qualidade legal”. A gente nunca vai saber o que é bom pra galera, mas pra gente, pelo menos, nós precisamos estar felizes com o que a gente vai soltar porque levantou um pouco a expectativa das pessoas.

MS: Vocês vão se apresentar no Lollapalooza no sábado, dia 25. Como estão os preparativos para esse show?

Ale: Para o show mesmo a gente ainda não começou a ensaiar. Começamos a ensaiar o disco novo. Quer dizer, a gente voltou a fazer show também, então de certa forma a gente tá se preparando, né? Tanto com os lançamentos quanto com os shows e os ensaios. A gente quer levar o nosso melhor show [pro Lolla]. Não temos muito tempo, vamos tocar o melhor show possível para o público, pra galera gostar, pra ficar amarradão.

Luis: É chegar no palco, falar pouco e tocar muito. É isso. Tentar mostrar no som ali, fazer um set legal, deixar a galera amarrada, e a gente curtir, principalmente.

MS: Tem alguém que vocês estão ansiosos para ver nesse dia? Ou alguém com quem vocês gostariam de colaborar?

Luis: Alexisonfire eu vou ver amarradão. É minha banda de adolescência.

Bruno: Turnstile.

Luis: Miley [Cyrus]

Bruno: Eu tenho que dar uma olhada no lineup atual porque do antigo cancelou uma galera que eu queria ver. Queria ver o Denzel Curry. A$AP [Rocky] eu vou ver com certeza.

Ale: Tem King Gizzard.

Bruno: É, King Gizzard apesar de ser uma banda que eu não curto muito, eu vou ver porque falam que o show é foda.

MS: Considerando o quão longe vocês chegaram, o que vocês diriam hoje para vocês mesmos lá no comecinho, para o “eu” do passado?

Luis: Eu diria para mim mesmo do passado a mesma coisa que eu sempre disse, né? “Vamos continuar fazendo com amor e que o que vier, veio”. É claro que você pensa em fazer várias coisas quando você tem uma banda. Espera que a música dê certo, espera que tenha mais gente no show, mas isso é uma coisa que você não controla, então você tem que aproveitar a viagem e fazer seu som independente do que seja.

Ale: A minha resposta é quase idêntica. A única coisa que eu complemento é que eu sempre me pergunto “Se acabasse hoje, tá tudo bem?” e faço as coisas pensando nisso. A cada dois ou três meses eu me faço essa pergunta e é sempre positivo. Beleza, pode acabar e tá tudo bem.

MS: A gente espera que não acabe, né?

Bruno: A gente também.

Luis: A gente tem muito chão pra rodar ainda.

Ale: Agora é fazer show!

MS: O que vocês podem me contar sobre o que vem aí nos shows?

Bruno: A gente tá bookando a tour do disco novo já, e muito provavelmente a gente deve soltar algumas datas na semana que vem. Pelo menos algumas iniciais, as principais. Vamos tentar tocar o Brasilzão todo, estamos preparando um show bonitasso desse disco novo, fazendo tudo com todo o carinho. E tomara que dê certo.

Luis: Vai ser um show evidenciando mais as músicas do disco novo, na maioria, mas vai ter as do Violeta, a gente vai tentar fazer um lance legal.

Bruno: Vamos tentar montar um show forte agora. Mas a turnê é do [álbum novo].

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