Bernard Sumner e Peter Hooke eram dois amigos na Inglaterra dos anos 70. Depois de assistirem a um show do Sex Pistols, resolveram montar uma banda. Assim foi o início do Joy Division, que se completou com a entrada de Ian Curtis para os vocais.

Com Ian Curtis também veio o fim. A banda acabou abruptamente, com o suicídio em 1980. Os dois membros originais, e o baterista Stephen Morris, decidiram criar uma nova ordem para o rock inglês. Daí surgiu o New Order.

O experimentalismo do pós-punk com a dance music eletrônica se somou ao prévio sucesso dos integrantes, alçando a banda até o Music Hall Of Fame inglês. O baixista Peter Hooke, porém, deixou o grupo em 2007.

Novíssima ordem, ainda, é a formação anos 2000 que se apresentou em São Paulo em 28 de novembro. Bernard Sumner (vocais, guitarra e sintetizadores), Phil Cunningham (guitarra, sintetizadores), Tom Chapman (baixo), Gilian Gilbert (guitarra e sintetizadores), e Stephen Morris (bateria, bateria eletrônica e sintetizadores) lotaram o Espaço das Américas, em São Paulo.

A pontualidade britânica fez-se presente na entrada da banda, exatamente às 22hs. Se até ali havia espaços vazios nas pistas, com o início do show, a casa de tamanho médio parecia minúscula.

O começo, com baladas menos conhecidas como “Singularity”, “Regret” e “Crystal”, estava ali para dar o tom. Passinhos de dança tímidos começavam a pipocar entre a plateia, que parecia absorta com os telões gigantes no fundo do palco. Eram projetadas imagens de telejornais que lentamente foram dando espaço para artes mais psicodélicas. Em “Superheated”, a letra da música surgia ao fundo, como se fosse o karaokê mais bem produzido da história.

A fleuma inglesa também era uma constante. Bernard Sumner interagia pouco com o público, mas o homem tem carisma. Cada bailado de tiozão alternativo que dava, era um gritinho entusiasmado que chegava no palco.

A apoteose do New Order aconteceu mesmo com a mais famosa “Bizarre Love Triangle”. Os passinhos viraram pulos e um mar de celulares espalhavam seus flashs pelo local. O que combinava com o jogo de luz futurístico que a banda gosta de apresentar.

Já que as camisetas e as vozes pediam, depois do encore o Joy Division apareceu e fechou o clima dos anos de ouro. Os covers de “Atmosphere” e “Love Will Tear Us Apart” voltou a abaixar as energias. O bailinho romântico e atemporal sobreviveu. Mostrando que, mesmo sem o mesmo entusiasmo, a trupe de Bernard Sumner ainda sabe criar a atmosfera perfeita para uma boa dança.

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