Três anos após o fim de sua jornada com o Fifth Harmony, Lauren Jauregui finalmente encontrou o espaço necessário para lançar seu primeiro EP, PRELUDE. Depois de lançar alguns singles através da Columbia Records, a cantora optou pela liberdade de seguir seu trabalho através de seu selo independente, Attunement Records, sem as pressões de grandes gravadoras que a sufocavam desde a adolescência.
O resultado é um trabalho que mostra mais da identidade e da personalidade de Lauren que singles como “Expectations” e “More Than That”. Em PRELUDE, a artista se despe da imagem de artista pop e entrega uma obra de teor profundamente intimista e voltada para o R&B alternativo e o neo soul. Sem o disfarce das grandes batidas e sintetizadores, Jauregui abre espaço para sua habilidade vocal brilhar e conduzir suas novas músicas com sua maior qualidade: emoção.
Usando mais instrumentos orgânicos e abandonando os 808s bombados, as novas faixas constroem uma camada suave que serve de base para a voz de Lauren e suas letras intensamente pessoais e vulneráveis. Apesar dos fortes vocais que impressionaram durante seu tempo no Fifth Harmony, a maioria das músicas novas é cantada com delicadeza para preservar a qualidade introspectiva das composições, como é o caso de “Falling”, que traz um retrato sensível dos altos e baixos de sua saúde mental.
Outro tema muito presente nas composições da cantora é sua relação profunda com a espiritualidade e sua jornada de autoconhecimento e crescimento pessoal. Em “Colors”, música de abertura do disco, somos apresentados a um monólogo onde Lauren reflete sobre a relação entre as duas coisas, concluindo que “ignorar o Espírito nunca me ajudou em nada então… cresça”. Algumas faixas depois, em “On Guard”, a artista fala sobre seu poder intuitivo e seus instintos, afirmando: “Eu sei a verdade antes que ela seja mostrada / Consigo lê-la em seus sentimentos”.
O poder de ser dona dos próprios sentimentos e estar em contato com sua espiritualidade é a força que move Lauren Jauregui ao longo do PRELUDE com graça e facilidade. O disco passa como uma suave brisa de primavera, soando relaxante aos ouvidos e também sensual, especialmente com o desejo expressado na penúltima faixa, “Don’t Say It”.
Encerrando o EP, Lauren conecta “Sorry” ao seu primeiro single, “Expectations”, trazendo o mesmo riff da faixa de 2018; dessa vez guiado pelo violão ao invés da guitarra. O sentimento geral do álbum é não só o de encerramento desse ciclo doloroso pelo qual Lauren vem passando nos últimos 3 anos, mas também do “prelúdio” de um novo começo, um caminho mais ensolarado no horizonte. Em PRELUDE, Lauren Jauregui nos dá uma introdução orgânica à artista que pode ser e se despede completamente de seus anos plastificados na indústria pop – e os capítulos futuros soam bastante promissores.
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