A melhor propaganda de qualquer banda é um show capaz de hipnotizar a plateia. No caso da recém-formada Jambu, foi a magia do show de abertura de boy pablo, em São Paulo, que ficou marcado na minha retina (e de muita gente no público, sem dúvidas). 

A tarefa de abrir a noite para uma atração com uma fanbase apaixonada e ansiosa pode ser muito ingrata, mas a capacidade de conexão com o público pela intensidade e sinceridade, na música e nas falas, fez com que a banda fosse mais do que um passatempo naquela noite, mostrando um potencial impossível de ser ignorado. 

Se eu já tivesse escutado a música mais popular da banda nas plataformas de streaming antes do show, “Fora do Padrão”, teria passado tempo demais tentando decifrá-los para aproveitar a experiência: enquanto o vocalista e guitarrista Gabriel Mar e baixista Gustavo Costa são a ponte com os fãs, o guitarrista Roberto Freire vive no próprio mundo ao soltar solos surpreendentes com uma postura de palco ao estilo Flea, todos guiados pela constância da baterista e também cantora Yasmin Costa

Formada em Manaus, no início de 2020, a banda já ultrapassa 20 mil ouvintes mensais apenas no Spotify. Mesmo com apenas dois anos de existência e dois EPs, o primeiro chamado Sem Tempo Definido, também de 2021, Jambu desponta como uma das principais promessas do indie brasileiro, com poesia suficiente para conquistar públicos cada vez maiores. 

Talvez por isso, o grupo está entre os nomes mais votados do concurso de bandas do festival João Rock 2022 até o momento, podendo seguir para a próxima etapa da competição por uma vaga nos palcos do evento para mostrar a música da Jambu de uma forma única, impossível de capturar no digital, apesar da ótima performance do grupo ao vivo no projeto Banzeiro Novo,  gravado no Teatro Amazonas.

Entre o romantismo de “Qualquer Jeito” e psicodelia impressionante de “Gabriel”, do EP NADA A TEMER, os manauaras caminham com certeza na trajetória escolhida, trazendo uma sonoridade bem definida nos moldes do indie rock, dos clipes desbotados e nostálgicos às guitarras sinestésicas que pintam a estética perfeita para o estilo em cada acorde, mas sem abandonar elementos mais rock.

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