Nome em ascensão no pop internacional e acumulando mais de 3 milhões de ouvintes no Spotify, Ruel lança nesta sexta-feira, 02, o novo EP Adaptations.

O projeto de 5 faixas é inteiramente formado por releituras de músicas de outros artistas, imprimindo em cada canção um pouco da identidade do cantor australiano, como foi mostrado nos covers de “Kiss Me”, de Sixpence None the Richer e “Call Out My Name”, de The Weeknd, lançadas anteriormente.

Em entrevista ao Mad Sound, Ruel fala sobre como surgiu a ideia para o projeto, dá detalhes sobre seu próprio álbum de estúdio, sucessor do 4th Wall (2023), e relembra sua passagem pelo Brasil em agosto de 2023.

Confira na íntegra:

Mad Sound: Olá Ruel, como você está?

Ruel: Estou muito bem. Acabei de me mudar para Los Angeles, então estou escrevendo músicas todos os dias, tentando terminar [o novo] álbum. Vamos lançar um EP de covers que eu realmente amo, no qual trabalhamos entre sessões.

MS: Sim. Tenho muito o que falar com você, então quero começar com a grande notícia, que é que você assinou um contrato com a Grand Music recentemente e parece estar muito animado com isso, então parabéns.Quais são as implicações de algo assim em sua carreira e o que podemos esperar do próximo capítulo que está por vir?

Ruel: Sim, é como entrar em uma nova era e sinto que os planos estão mudando. Acho que mudar para Los Angeles é um grande passo para mim também. A Giant tem sido incrível até agora como equipe e estou muito animado para entrar no ritmo adequado das coisas. Acho que vai ser uma grande mudança para mim e vou ter que me acostumar, mas estou gostando muito.

MS: Como é estar em Los Angeles agora? É a primeira vez que você mora em Los Angeles?

Ruel: Eu costumo passar dois ou três meses aqui ao ano desde que comecei a escrever, mas mudar minha vida inteira pra cá, arranjar uma casa, fazer mercado e tudo o mais, acho que é a coisa mais estranha até agora. Estou me acostumando com isso.

MS: Seu novo EP, Adaptations, está sendo lançado nesta sexta-feira com covers de outros artistas. De onde veio a ideia para esse projeto e como você escolheu as músicas que iria cantar?

Ruel: Começou como diversão, na verdade. Estou escrevendo o novo álbum há seis meses, então quando acontecia um bloqueio criativo ou eu me sentia um pouco cansado ou sem inspiração e ainda queria trabalhar, nós gravávamos covers só para ver como minha voz se encaixava em certas músicas e depois produzíamos de uma maneira diferente. Foi muito divertido. Fizemos isso com sete ou oito músicas e percebemos que tínhamos criado um pequeno projeto que poderia ser divertido de lançar entre álbuns, só para manter as pessoas envolvidas e manter meus fãs alimentados, eu acho [risos]. Então nós terminamos nossas cinco favoritas e estou muito feliz de lançá-las. Estou muito orgulhoso disso.

MS: Você gravou o vídeo de “Kiss Me” na mesma igreja onde Romeu + Julieta foi filmado. Você tem alguma relação pessoal com este filme especificamente?

Ruel: Claro. Assisto esse filme desde que tenho idade suficiente para assistir. É o filme favorito do meu pai e ele meio que nos fez assistir quando crianças, e eu adorei. Lembro que na escola precisamos assistir Romeu + Julieta e porque eu já tinha visto umas 20 vezes eu gabaritei todos os testes sobre essa história. Eu realmente amo esse filme, então filmar na mesma igreja [em que ele foi gravado] foi um sonho. Eu conheci o Baz Luhrmann uns anos atrás e liguei para ele para falar sobre a gravação. Ele ficou muito animado por mim, foi um momento de completude muito legal.

MS: Existe um motivo pelo qual você queria gravar o vídeo naquele local especificamente?

Ruel: Acho que essa música [“Kiss Me”] toca em algum momento no filme, talvez com uma versão diferente, mas sinto que essa música emula esse visual e se encaixa bastante na história de Romeu e Julieta, então me pareceu certo. Eu estava fazendo um show no México e queríamos filmar algo para o clipe. Estávamos procurando locações e vimos que estávamos há apenas 20 minutos da igreja e ela estava disponível para alugar durante a noite, então filmamos depois do show, entre 21h30 e 4h da manhã. Foi bastante intenso.

MS: Você obviamente é fã de filmes, e isso está presente em todo o seu último álbum, 4th Wall. Você disse que está escrevendo novas músicas e fazendo um novo álbum. Você ainda tem referências a filmes neste álbum? Eles ainda fazem parte da sua música?

Ruel: Sim, acho que sim. Quero dizer, é sempre divertido só pegar filmes e dissecar cenas, não é mais tanto uma coisa conceitual, em que cada música tem um aceno para um filme ou algo assim. Mas eu ainda adoro assistir filmes e filmes antigos e tentar obter inspiração. Não consigo lembrar exatamente o que usei até agora, não foi tanto quanto no último álbum, mas definitivamente ainda está no fundo da minha mente e é sempre uma maneira de conseguir inspiração.

MS: Falando sobre seu novo álbum, o que você pode nos contar sobre ele? O que você anda escrevendo e de que maneira vai ser diferente do último?

Ruel: Ainda estou naquele estágio em que estou um pouco desorientado em relação à tudo. Eu escrevi cerca de 50 músicas nos últimos meses e não tenho certeza sobre a direção que eu quero que [o álbum] tome. Tenho muitas coisas que soam meio anos 80, anos 70. Acho que estou tentando fazer músicas que sejam boas de cantar ao vivo, com um pouco de energia, um pouco de ritmo. Tem sido divertido pensar nos shows porque no último álbum eu tinha algumas músicas que foram ótimas ao vivo, mas gostaria de fazer mais. 

MS: E sobre quais temas você tem escrito ultimamente?

Ruel: Tenho escrito muito sobre a mudança para Los Angeles. Sinto que isso tem sido uma grande mudança de vida, então isso está ocupando muito da minha inspiração porque tem ocupado um grande espaço nas minhas emoções e na minha mente.

MS: Já faz quase um ano desde que você esteve no Brasil pela primeira vez. O que você lembra desse show?

Ruel: Eu só me lembro da energia ser de outro mundo. Me apresentei em uma casa de shows pequena e ela estava vibrando com a energia. Foi muito divertido. Foi muito surreal por causa da quantidade de vezes que eu disse que queria vir ao Brasil nunca dava certo, até que aconteceu. E quando aconteceu foi tão surreal. Eu não conseguia acreditar que estava realmente lá. Eu nem senti que estava lá. Foi tão rápido. Foram só duas noites e eu fiz muitas coisas naquele meio tempo. Não consegui ver muito da cidade, então voltarei para ter alguns dias de folga, tenho certeza.

MS: Você planeja voltar em breve? Tem alguma ideia de quando?

Ruel: Acho que em algum momento do ano que vem. Eu adoraria voltar depois do álbum.

MS: Você assinou um contrato com uma grande gravadora, se mudou para Los Angeles e vai se apresentar no Lollapalooza [Chicago] pela primeira vez. Há grandes coisas acontecendo para você agora em sua carreira em um ritmo muito rápido e pode ser que só fique maior a partir deste ponto. Como está sendo viver isso agora e quais são suas expectativas para o futuro de sua carreira a longo prazo?

Ruel: Eu sinto que mesmo morando em Sydney, tudo parecia muito lento. Não importa o quão rápido minha carreira estivesse crescendo ou quão agitadas as coisas estivessem acontecendo online. Acho que vir aqui [para Los Angeles], parece um ritmo um pouco mais rápido, com tudo meio que acontecendo ao meu redor, mas escrevendo também. Você está meio que em sua própria bolha, e você está meio que fazendo a mesma coisa todos os dias. Então, voltar à turnê vai revigorar esse sentimento de gratidão pelos fãs e ver todos novamente será muito, muito especial. Então mal posso esperar para voltar e ver os fãs novamente.

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