Texto por Joana Söt

O domingo chuvoso dando trégua ao calor quase impossível da última semana foi uma graça aos emos e shoegazers de plantão que compareceram na última edição do Balaclava Fest. 

Com um bom sistema de ar condicionado e liberação das garrafinhas de água pela parte da organização, o público lotou a Tokio Marine Hall com uma energia um tanto melancólica, ainda que satisfeitos pelos shows vistos. Fumódromos lotados e uma plateia estática acompanharam o festival no dia 19, que contou com a apresentação dos americanos precursores do emo American Football, em um show extremamente potente e ambicioso musicalmente falando. 

O festival também contou com nomes como Whitney (numa apresentação morna logo ao fim da tarde), e Unknown Mortal Orchestra, que numa energia oposta ao público, embalou a atmosfera em ritmos frenéticos e psicodélicos, com o vocalista neo-zelandês Ruban Nielson descendo do palco e dando a volta no recinto pelo meio do pessoal no possivelmente melhor show da noite.

No palco menor, PVA e Thus Love foram os destaques, com apostas sonoras que fugiam do óbvio na cena alternativa mundial e presença de palco considerável. O público, no entanto, seguiu na mesma indiferença por quase toda a noite.

O mesmo não se pode dizer do sideshow na segunda-feira, 20, na casa Rockambole em Pinheiros. Com um repeteco mais intimista dos animados Thus Love e entre mexidas de cabeça e corpo, a verdadeira atração foi a banda brasileira Ludovic – os verdadeiros responsáveis pela casa cheia e muito bate cabeça na pista. 

O Balaclava é reconhecido por trazer bandas underground que dificilmente viriam ao Brasil para os fãs de shoegaze e música alternativa que sempre sonharam em ver seus ídolos na terrinha. Com uma curadoria nota 10 e muito a ensinar para festivais de maior porte, o festival mais uma vez foi bem sucedido em termos técnicos, mostrando que o que realmente importa em eventos como estes é, de fato, bons shows.