Em abril, Julia Benford fez sua estreia como cantora solo com Naked As My Soul, EP que, em apenas cinco músicas, explorou as sutilezas do início do amor de forma musicalmente madura e esteticamente apaixonante.
Um dedilhado delicado é quem abre “Naked As My Soul”, a primeira faixa do EP — que também o nomeia. Escrita em inglês, a letra discorre sobre a vulnerabilidade de se mostrar por inteiro para alguém e o medo da não-reciprocidade. O videoclipe que acompanha a música é hiperbólico, cheio de metáforas e visualmente deslumbrante como uma fusão entre o surrealismo de Marc Chagall e os tons pastéis da artista sueca Hilma af Klint.
A próxima música é “Stay In My Eyes”, composição que fala sobre aquele desejo — comum a todos durante o início de um romance — de passar o máximo de tempo possível com alguém e conhecer a fundo todas as suas nuances e segredos. Assim como a faixa anterior, — e as demais — a artista parece buscar referência sonora em grandes nomes do folk dos anos 70, como Carole King e Joni Mitchell.
“Nada Me Parar” marca o início do bloco das composições em protuguês do EP. A faixa brinca com harmonias vocais e, mesmo com apenas um violão de fundo, Julia consegue fazer uma música envolvente que nos faz sentir borboletas no estômago com sua letra. O clipe da música é cheio de cores e florido — assim como o amor deve ser.
A faixa que segue é “Estrelas”, uma balada que dá destaque a doce voz de Benford e que contrasta bem com a canção que fecha o disco. “Amor assim” entrega um riff de guitarra com um quê de Fleetwood Mac e é música mais energética de um EP.
Naked As My Soul conseguiu capturar, em cada composição, a verdadeira essência do amor. Sonoramente e esteticamente, o EP como um sopro de ar fresco ao explorar referências pouco encontradas na música brasileira atualmente.
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