Ana Frango Elétrico de bolso. Foi assim que a artista intitulou seu show no Auditório Rubens Borba de Moraes, localizado na biblioteca Mário de Andrade em São Paulo. A apresentação foi realizada na última sexta-feira, 28. 

O show gratuito foi pouco divulgado, até porque o local comportava cerca de 200 pessoas – os ingressos gratuitos acabaram em menos de 10 minutos. 

A proposta apresentou um novo formato da turnê Me Chama De Gato Que Eu Sou Sua, onde Ana Frango Elétrico comanda voz e violão, já Thomas Jagoda toca o elegante piano do acervo do teatro. 

Novos arranjos surgiram junto de uma experiência dispar ao que estamos acostumados nos shows com a surpreendente banda de Ana. Quando se é apresentado o que estamos ouvindo nos fones, todas as nossas expectativas se cessam, reconhecemos as camadas das músicas ao vivo, ganhando assim o esperado. 

Não é a primeira vez da Ana Frango Elétrico sem sua banda, mas certamente uma apresentação que deveria tomar forma para públicos maiores. 

“Insista Em Mim” foi seguida de piano, a voz ímpar de Ana e instigantes acordes de violão tornaram a música ainda mais avassaladora. A artista também apresentou uma nova canção, “Você É Muito Gata”, ainda não lançada, no entanto já tocada em outra ocasião

A musicista acompanhou Thomas nas teclas e tomou conta do piano para dar entrada a “Nuvem Vermelha”, o que logo nos atrela as luzes vermelhas do show, mas apenas uma luz quente a iluminou, como todo o resto da apresentação, sem grandes movimentos de luzes, o que levava propositalmente a ideia intimista e não literal do show. 

Celebrando gerações 

E em uma das melhores apostas desse formato, Ana traz um pouco das suas referências musicais, cantando “Não Tem Nada Não” do músico Marcos Vale, bem ao lado do piano. Gerando uma conexão de gerações.

O mineiro JOCA participou das músicas “Mulher Homem Bicho” e “Dela”. Trazendo um toque divertido que adoramos nos shows da artista. A parceria entre os dois é uma das composições que aborda a não-binariedade de forma singular, e muito conversada no último disco. Os dois movimentaram o palco que até então estava propositalmente introspectivo. 

O toque final ficou por conta de “Electric Fish”, a cantora manda muito bem nas misturas de suas canções em português e inglês, e essa te leva a ter certeza de que é em português de tão brasileira e única. O público levantou para cantar essa calorosamente e festejar o energético espetáculo apresentado. 

Por fim, o show de quase 1 hora nos levou as melhores e experimentais ideias de Ana Frango Elétrico e a equipe por trás disso.

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