Luísa e os Alquimistas é a prova que o Brasil brasileiro é mais plural do que os nossos ouvidos estão acostumados. Com o terceiro disco de estúdio, Jaguatirica Print, a cantora nordestina se aventurou na união dos diversos sons que o país produz.

O disco é uma parceria de Luísa Nascim e o edital da Natural Musical, criando uma ponte entre São Paulo e Natal (RN), lugares onde Jaguatirica Print foi escrito e gravado. A produção contou com Pedras e Gabriel Souto, que viajaram para a capital paulista encontrar os alquimistas desse lado.

“No final de 2018, fizemos uma primeira imersão de gravação, onde a formação de Natal passou uma semana numa residência artística na Praia de Cotovelo (RN). Desse processo já resultaram novas músicas que foram trabalhadas posteriormente”, a cantora contou em uma declaração à imprensa.

“Os produtores do álbum vieram pra cá [São Paulo] e junto com a formação daqui as gravações rolaram de maneira bem natural. Finalizando esse período, passamos cinco dias no estúdio da Red Bull Station gravando as minhas vozes e também da Doralyce e da Luê. Foi ótimo porque junto a isso veio todo o suporte técnico da equipe de lá – Funai, Alejandra e Eric. E todas as outras participações foram gravadas durante esse período a distância.”

Jaguatirica Print conta com participações de várias cantoras, compositoras e parceiras de Luísa, que ajudaram a compor a atmosfera do álbum com suas vivências e trajetórias musicais. “Essa presença feminina das convidadas veio do desejo de enfatizar a narrativa da mulher nesses batidões eletrônicos, que ainda são predominantemente ocupados por temas que partem do lugar de fala, não só masculino, mas também machista e objetificador.”

Luísa também fala que as letras abordam diversos temas desde amor à sofrência. “O cotidiano opressor da cidade grande, músicas pra fazer o passinho dxs malocas, feminismo, saudade, amizade, sororidade, redes sociais… Tudo isso pode ser encontrado nesse álbum.”

A capa, curiosamente foi inspirada em outra parte do Brasil, o lado latino: “Comecei a pesquisar várias referências e vi capas de coletâneas de música caribeña, disco e boogie, que faziam o uso desse recorte do corpo feminino, mas de uma maneira sexista, machista e objetificadora.” A imagem nos força a pensar na nossa realidade de uma sociedade que não aprendeu a respeitar a mulher e seus desejos.

Ouça o disco logo abaixo.