Texto por Nina Shimazumi
O MITA, Music Is The Answer, realizou seu segundo dia de festival neste domingo no Spark Arena, também conhecido como Arca. Essa é a primeira edição, que também acontecerá nos dias 21 e 22 de maio no Rio de Janeiro.
Nesse segundo dia, percebemos um público bem diversos de todas as idades para curtir as nove atrações que compunham o line up. Observando algumas pessoas, achei interessante o fato de adolescentes estarem ansiosos para os shows do Heavy Baile e Matuê, e o público mais velho, esperava muito Marcelo D2 e Gorillaz. “Eu não conheço muito de Gorillaz, sei que é a banda dos bonequinhos lá”, disse um adolescente que estava ao meu lado durante o show do Matuê. Ao mesmo tempo, muitos pais levaram seus filhos para ver o show do Gorillaz.
Todas as atrações mantiveram o tempo de apresentação previsto. Começando por um artista “surpresa”, escolhido pela Deezer, uma das patrocinadoras do evento e nome do segundo palco. Jean Tassy, entrou no palco às 12h e fez uma apresentação de 30 minutos mostrando suas melhores músicas ao público que vinha chegando.
Logo em seguida, no mesmo palco, o Coruja BC1 entrou com Larissa Luz e fez seu show às 12:45, apresentando tudo que um bom rap nacional pode oferecer. 50 minutos depois, já podíamos ver a movimentação de um palco para outro, (os palcos eram próximos, e o timing de um show intercalando outro foi perfeito), para dessa vez ver Letrux, que fez um show cheio de hits da cantora. Entre eles, “Flerte Revival”, “Ninguém Perguntou por você” e “Que estrago”.
Pra quem gosta de um pancadão, o Heavy Baile chegou com tudo no palco Deezer, fazendo a alegria de quem gosta de rebolar até o chão. O coletivo trouxe muitas músicas conhecidas, e fechou seu show com a música “Cavalgada”, parceria com Luisa Sonza. A participação desse coletivo no festival, mostra a diversidade de gênero musical que ele oferece e a inclusão do gênero funk nos grandes festivais com bandas mainstream.
E vamos para o outro palco, o Vila Lobos e o principal, ver a apresentação de uma voz potente cheia de representatividade, Liniker. Ela veio pra ocupar o lugar e contagiar todos que estavam no público. Abriu seu set com “Clau”, música que foi cantada intensamente por quem estava por lá. Outros destaques de seu show foram “Intimidade” e “Baby 95”, duas das músicas mais conhecidas da cantora. Grande performance.
Seguindo o show da Liniker, veio Marcelo D2 no palco Deezer, começando seu show muito aclamado, mesmo com um probleminha de som que logo se resolveu e levou o público a loucura já na primeira música “Qual É”. D2 trouxe um show bem visual, com muitos vídeos sobre críticas sociais assim como as letras de suas músicas. Aproveitou para dedicar à música “Samba Makossa” a Chorão e todos os skatistas presentes. Outro ponto alto do show foi a música “Febre de Rato”, onde rolou manifestações políticas contra o atual presidente. O setlist se encerrou com “Desafo/Deixa eu dizer”.
Logo depois, às 17:10, os norte-irlandeses do Two Doors Cinema Club entraram no palco Vila Lobos sem seu vocalista, Alex Trimble e sim, com seu substituto David Clements, que deu conta direitinho do recado. Lembrando que Alex não pode vir ao Brasil por problemas de saúde. Tocaram todos os hits mais esperados como “What You Know”, “Undercover Martyn”, “Changing of the season” e “Sun”. Um show muito bem apresentado, com muitos “patterns” visuais que formavam ilusões de ótica mudando a cada música.
Matuê era o nome mais esperado entre o público mais jovem. Começou seu set com “máquina do tempo”, os que não conheciam seu som passaram a gostar e os que conheciam cantavam alto fazendo um coro bem legal. O show antecedeu o headline do evento e durou mais ou menos uma hora, no palco Deezer, contando com “M4”, “Groupies”, “Quer Voar” e seu último lançamento “Vampiro”.
Às 20h pontualmente, subiu ao palco, o Gorillaz, a atração mais esperada da noite pelo número de camisetas usadas no festival nesse dia. Todos vestidos com elementos rosas em suas roupas, fizeram um show com muitas participações, ao vivo e pelo telão que passava vídeos dos icônicos personagens 2D, Noodle, Russel e Murdoc. Entre elas “Strange Timez” com Robert Smith (The Cure) e “The Pink Phantom” com Elton John e 6Black.
O show inteiro foi muito dinâmico, dava pra ver a alegria dos músicos se apresentando para o público brasileiro. O setlist foi uma viagem nostálgica, tocaram músicas de toda a carreira não deixando nada a desejar. “Momentary Bliss” e “Aries” do projeto Song Machine e as icônicas “Feel Good Inc” e “Clint Eastwood”, que encerrou o set depois de uma volta ao palco para um bis, também fizeram parte do setlist. Damon Albarn, co-fundador e vocalista, fez questão de ir até o público diversas vezes para ter contato com os fãs, durante as quase 2h de show. O show do Gorillaz é simplesmente uma caixinha de surpresas nostálgica, mas que contagia todas as gerações e por isso fazem tanto sucesso. Definitivamente vale a pena ver um show deles.