Gêneros musicais não escapam do poder do tempo. Conforme os anos passam, as tendências e modas mudam, pessoas crescem e se transformam e, na maioria das vezes, artistas e bandas alteram tudo, da estrutura sonora até a formação.

Entre os gêneros que mais sofreram alterações, o pop punk sofreu grandes baques ao longo do tempo. Do final dos anos 1990 até o fim dos anos 2000, nomes como Green Day, Blink 182, The Offspring, Sum 41 e Bowling for Soup eram alguns dos que carregavam o estilo musical nas costas. Não demorou muito para que Panic! At The Disco, Fall Out Boy e Paramore tomassem conta. Hoje, o público mainstream considera as últimas como clássicos, aqueles que alcançaram fama e sucesso popular.

Mas, como dito antes, o poder do tempo é insuperável e transformador. Não se escapa dele. Mesmo as bandas de pop punk que não chegaram ao topo fora do nicho escolheram se descolar do gênero, tomando rumos que desagradaram, surpreenderam e então agradaram de novo. 

Confira 4 bandas que saíram do pop punk e decidiram não voltar mais.

1. Turnover

Há quem diga que Turnover quase não foi pop punk. Eu sei que eu digo. Com 12 anos de carreira nas costas, foram três EPs dedicados ao gênero, e um full, o Magnolia, que já era mais puxado para o emo. Lançado em 2015, a reviravolta da banda chegou com o lançamento de Peripheral Vision e muitos fãs entenderam que a época do pop punk não voltaria. Todos os lançamentos subsequentes trouxeram shoegaze, dream pop e indie pop, especialmente com o lançamento de Altogether, em 2019.

2011

2019

2. Title Fight

A história de Title Fight é até parecida com a anterior. A transição do pop punk para o shoegaze foi menos gradual e mais impactante. Com o primeiro álbum, The Last Thing You Forget, feito em 2009, o estilo se manteve até 2013, com o EP Spring Songs. Em 2015, com o lançamento de Hyperview, muitos fãs escolheram se desvencilhar totalmente da banda por conta da “moda” de shoegaze invadindo o pop punk. O disco foi o último do Title Fight.

2009

2015

3. Seahaven

O primeiro EP da banda, Ghost, lançado em 2010, era um exemplo do que estava sendo feito na época. As músicas traziam fusão do pop punk e hardcore, agradando qualquer adepto dos estilos. O primeiro álbum completo deles, Winter Forever, foi produzido e lançado no ano seguinte, sendo o maior sucesso de Seahaven até hoje. 

Entretanto, o álbum seguinte veio como uma surpresa para quem acompanhava o grupo. Em 2014, Reverie Lagoon: Music for Escapism Only, já trazia outro lado de Seahaven, com algo muito mais leve e puxado para o indie, com uma dinâmica diferente e muito mais desacelerada. Depois de desaparecerem da face da terra por seis anos, a banda ressurgiu das cinzas com o anúncio de um novo álbum: Halo of Hurt. Pop punk? Não. Emo? Talvez. Faixas longas, focadas em contar uma história, com pouca ligação com os trabalhos anteriores, mas mantendo a essência de Seahaven.

2010

2020

4. Bring Me The Horizon

Eu sei. Não, não, eu sei. Bring Me The Horizon não é e nunca foi pop punk. Mas é literalmente impossível falar de bandas que saíram de seus nichos originais e não mencionar esse case de sucesso. É muito difícil imaginar uma banda de metalcore fazer um feat com a Grimes. Quer dizer, hoje em dia não é mais, mas quando BMTH lançou o álbum Suicide Season em 2008, não era algo que poderia ser previsto. 

Em 2019, o grupo lançou amo e oficialmente disse adeus ao metalcore convencional e abraçou um mix de eletrônica, pop e rock alternativo. Já em 2020, BMTH deu início a uma série de lançamentos que se juntaram no EP Post Human: Survival Horror. Há referências de metalcore, nu metal, eletrônica, industrial e hard rock. Então, com a banda, nunca se sabe o que vem pela frente. 

2008

2020

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