Em julho, a 5 Seconds of Summer retorna ao Brasil depois de cinco longos anos. A banda vem ao país em turnê pela primeira vez desde 2018 e traz consigo o repertório dos três álbuns lançados desde sua última visita: Youngblood (2018), CALM (2020) e 5SOS5 (2022).

Na última vez em que Ashton, Calum, Luke e Michael estiveram no Brasil, eles ainda tinham apenas dois álbuns de estúdio e estavam promovendo os singles “Want You Back” e “Youngblood” antes da chegada do próximo disco. Ironicamente, foi com este terceiro álbum que a sonoridade da banda sofreu uma grande virada e só se expandiu desde então.

Nos dias 23 e 25 de julho, os fãs brasileiros poderão prestigiar o tão aguardado retorno da 5SOS nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente (ingressos estão à venda pelo site da Ticketmaster). Essa será a primeira vez que ouviremos ao vivo as músicas dos últimos três álbuns, e pra você não perder nada, nós do Mad Sound preparamos uma linha do tempo da evolução da 5SOS ao longo dos álbuns.

Unplugged (2012)

O primeiro lançamento oficial da 5SOS foi um presente para os fãs que os acompanhavam pelo YouTube. Repetindo a fórmula de seus vídeos caseiros, a banda gravou 4 faixas acústicas, preservando o clima intimista e espontâneo de seus covers postados na internet. O projeto apresentou duas faixas autorais do grupo: “Gotta Get Out” e “Too Late”. Além dessas, eles também incluíram o queridinho cover de “I Miss You”, do blink-182, e uma versão ao vivo de “Jasey Rae”, do All Time Low.

Somewhere New (2012)

Poucos meses depois de Unplugged, em dezembro de 2012, a 5SOS lançou seu primeiro EP de músicas autorais, Somewhere New. O projeto também contava com 4 faixas, dessa vez gravadas profissionalmente em estúdio e produzidas por Joel Chapman, da banda australiana Amy Meredith. Uma delas era uma versão mais trabalhada e lapidada de “Gotta Get Out”, que ganhou guitarras e bateria mais proeminente.

Na época, os integrantes tinham entre 16 e 18 anos e suas músicas falavam sobre os anseios adolescentes de deixar a cidade natal para trás em busca de algo maior em “um lugar novo”. Sempre deixando os instrumentos falarem mais alto, o quarteto iniciou sua carreira fazendo um pop rock agitado procurando pisar o mínimo possível no “pop”, que se fazia mais presente na construção de suas letras. Foi desse EP que surgiu o single “Out Of My Limit” e as queridinhas “Beside You” e “Unpredictable”.

5 Seconds of Summer (2014)

2014 foi o ano da mudança para a 5 Seconds of Summer. Depois de sair em turnê abrindo os shows da One Direction, a banda assinou contrato com a Capitol Records e lançou seu primeiro grande single de sucesso, a grudenta e cativante “She Looks So Perfect”. Esse e outros singles pavimentaram o caminho para o primeiro álbum de estúdio da 5SOS, o autointitulado 5 Seconds of Summer.

A banda seguiu o pop rock que os tinha apresentado para o mundo, mas a inclinação mais forte para o pop se fazia óbvia e na época não agradou muito os próprios integrantes. Apesar dos narizes torcidos, este era um passo necessário para colocar a 5SOS nos holofotes e nas paradas, e singles como “Don’t Stop” e “Good Girls” foram muito bem sucedidos comercialmente. 

Seguindo a temática adolescente, as músicas do 5 Seconds of Summer falam em sua maioria sobre a experiência colegial de ter suas primeiras paixões, tentar impressionar alguém do seu interesse e desilusões amorosas. Os temas são abordados com bom humor e narrativa descontraída, colocando o ouvinte no centro de uma história que parece saída direto de um filme coming of age. Estão no álbum uma nova versão de “Out Of My Limit” e também do sucesso “Heartbreak Girl”.

Sounds Good, Feels Good (2015)

No ano seguinte, após uma série de EPs com faixas b-side do álbum de estreia, a 5SOS lançou seu segundo disco, Sounds Good, Feels Good. Mais alinhado com os gostos pessoais e as ambições da banda, o álbum bebe de referências como Green Day e blink-182, mostrando um lado mais punk dos integrantes, ainda que mantendo o apelo pop dos refrões.

Sem poder continuar explorando temas adolescentes, a 5 Seconds of Summer quis se desvencilhar da imagem midiática de “boyband” e mergulhou de cabeça em temas mais sérios em seu segundo álbum de estúdio. O disco traz canções permeadas por críticas sociais, como “Hey Everybody!” e “Permanent Vacation”, e se aprofunda em questões de saúde mental, como nos singles “Jet Black Heart” e “She’s Kinda Hot”. Entre as canções de amor, “Vapor” se destaca por ser uma composição sensível e vulnerável, distante dos refrões-chiclete e versos clichê. Muito do disco ainda carrega uma inconformidade rebelde e a vontade de mudar o mundo e se destacar da multidão.

Youngblood (2018)

Depois de seus dois primeiros álbuns e turnês internacionais, foram necessários 3 anos até a chegada do próximo álbum da 5 Seconds of Summer. Em 2018, a banda lançou o divisor de águas Youngblood e virou a chave em sua sonoridade, aumentando não só a qualidade de seu trabalho, mas também as expectativas em relação a ele.

Já adultos e abandonando o pop punk juvenil, o grupo se jogou de braços abertos no pop alternativo e experimentou com sonoridades oitentistas, trazendo influências que transitam ao mesmo tempo entre o brilho do new wave e a sobriedade do post-punk. Tudo isso, é claro, incrementado de forma sutil ao power pop recém-descoberto por eles, e amparado pela estética em cores neon e videoclipes em technicolor, como o do single “Want You Back”.

O som mais adulto acompanha as letras reflexivas e passionais de um momento pós-término de relacionamento, como na raivosa “More”, a melancólica “Lie To Me” e a explosiva “Babylon”. Entre as faixas mais positivas estão “Valentine”, “Better Man” e “Meet You There”, que marca a primeira experimentação da 5SOS com sons eletrônicos.

Corajoso e visceral, Youngblood é até hoje um grande marco na carreira da 5 Seconds of Summer e suas músicas permanecem relevantes com o passar dos anos, compondo o que talvez seja seu trabalho mais coeso e interessante até o momento.

CALM (2020)

Em 2020, a 5SOS chega com seu quarto álbum de estúdio, mas o timing não poderia ser pior. Depois de um ano aquecendo a fã-base com os singles “Easier”, “Teeth” e “No Shame”, a hora do lançamento chegou, mas com um grande obstáculo: a pandemia de COVID-19. 

Lançado em 27 de março, o álbum CALM foi um dos primeiros lançamentos pandêmicos e teve toda sua agenda oficial de promoção interrompida. O que a banda planejava para aquele momento de sua carreira, nós nunca saberemos.

As expectativas eram altas porque mais uma vez a 5 Seconds of Summer prometia uma nova identidade musical. O primeiro single, “Easier”, surpreendeu com seu pop eletrônico co-produzido e escrito por Charlie Puth. A pesada “Teeth” parecia acenar novamente para o post-punk explosivo. O resultado foi um disco curto para os padrões da banda, com 12 faixas.

Em um misto meio eclético e por vezes um tanto confuso, o álbum mostra um lado mais experimental da 5SOS, seja no uso de instrumentos eletrônicos, como em “Old Me”, “Not In The Same Way” e “Thin White Lies”, ou em características que remetem por vezes ao estilo western, como a poderosa “Red Desert” e “Lonely Heart”. No meio da salada de frutas, ainda sobra espaço para as românticas “Best Years” e “Lover of Mine”, além do pop throwback de “Wildflower”. O disco é encerrado com a delicada e confessional “High”, conduzida majoritariamente pela voz de Luke Hemmings.

5SOS5 (2022)

Com tempo para processar suas experimentações e identidades musicais, a 5SOS se manteve ocupada nos quase 2 anos de pandemia. Os integrantes Ashton Irwin e Luke Hemmings se dedicaram a fazer seus próprios álbuns solo, o que ofereceu ainda mais material para a banda trabalhar em seu quinto álbum de estúdio, que viria a ser o 5SOS5.

Se o disco anterior pareceu curto, esse não economizou em tamanho. São 19 faixas sem versão deluxe onde a 5 Seconds of Summer expande as ideias testadas no CALM com mais maturidade e clareza de visão. Os dias de pop punk e post punk nunca estiveram tão distantes quanto estão do disco lançado em 2022.

Em 5SOS5 o quarteto investe ainda mais pesado em instrumentos eletrônicos e sonoridades aeradas e expansivas, como é possível ouvir nos singles “COMPLETE MESS” e “Take My Hand”. Já faixas como “BLENDER” e “Bloodhound” trazem um pouco mais de cor e atmosfera dançante, enquanto “TEARS!” e “Bad Omens” se destacam pela presença de instrumentos orgânicos – mais especificamente, a bateria de Ashton Irwin.

Se um dia o quarteto quis se distanciar do pop, a entrega total para esse gênero musical tem feito toda a diferença. Apesar da habilidade com que os integrantes constroem suas músicas atualmente, porém, é difícil não sentir falta das guitarras e do apelo mais rock. Felizmente, o maior forte da 5 Seconds of Summer é no ao vivo e os arranjos construídos para as novas músicas prometem não decepcionar e proporcionar uma experiência inesquecível.

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