E o tão esperado décimo álbum da banda Fresno finalmente veio à vida e presenteou todos os carinhosamente apelidados “emo véio”, que estavam carentes de lançamentos do grupo. Dividido em duas partes, o Eu Nunca Fui Embora mostra que a Fresno está mais emo do que nunca – a segunda parte deve ser lançada em algum momento do segundo semestre de 2024..

Em novembro de 2023, a banda lançou o single “Eu Nunca Fui Embora” que deu um gostinho do que estava por vir. Famosa por suas “eras” a banda apresentou uma estética baseada na cor verde tiffany, que foi adotada pelos fãs como “verde fresno”. Para o lançamento desta era a banda fez um uso primoroso das redes sociais, liberando teasers com fragmentos das letras de algumas músicas para os “fresnéticos” fãs da banda já irem decorando as suas favoritas.

É lindo ver a banda evoluir seu som, e amadurecer suas composições. A Fresno que cantava “Polo” cresceu muito desde então, os fãs envelheceram junto com sua banda favorita, e podem, ainda hoje receber músicas que conversam com eles. Esses sons do último álbum cantam sobre a vida adulta, ainda ouvimos músicas sobre amor, mas agora a visão sobre esse sentimento tem mais vivência, não estamos ouvindo sobre um primeiro amor, mas a manutenção de uma grande paixão. A Fresno nunca foi embora e nunca abandonou os seus fãs.

Abrindo com o single que dá nome ao álbum, a fresno traz um refrão que gruda na mente, “me dá coragem, e me dá medo” é uma das muitas frases bem pensadas que vou chamar aqui de “canetadas” desse álbum, “Eu Nunca Fui Embora” é daquelas músicas para dançar e cantar a plenos pulmões. Seguida por “Quando o Pesadelo Acabar” recebemos uma música sobre ser adulto, esse sentimento de que está tudo errado, e tudo está indo por água abaixo e você só quer o conforto dos seus amigos foi transmitido musicalmente através dessa faixa.

“Me And You (Foda Eu e Você)” é mais uma musica para dançar, essa é animada e cheia de frases pra marcar o crush nos posts nas redes sociais. Fresno é emocore, mas quem disse que emo não pode ter música animada? A banda, que está sempre se reinventando e experimentando algo novo em seus álbuns, apresentou músicas alegres, mas também algumas para quem gosta de sofrer. 

E por falar em experimentação, “Eu Te Amo/Eu Te Odeio (IÔ-IÔ)” é um feat. com ninguém mais ninguém menos que Pabllo Vittar. Aquela música pra falar “isso é tão eu”, com guitarras, baterias, gritos, enfim a música com pegada mais rock desse álbum. Pabllo rouba a cena em todas as colaborações que faz, quando subiu ao palco no show da banda americana Bring Me The Horizon, mostrou seu lado rockstar, e com a Fresno coroou essa composição com seus versos e sua voz marcante.

E depois de colocar o astral lá no alto, o disco segue com “Camadas”, mais uma das “canetadas” da banda, essa música já inicia com “Eu não vou mais me sabotar/ Eu nunca mais vou dar a chance pro azar/Quando eu falava em me matar/Eu só queria enterrar/O que eu achava de mim”. É uma música para sentir, se identificar e também sofrer, ouso dizer que essa é a composição mais emo do álbum. Muitos se viram nos versos desta música e muitos adotaram essa composição para si, uma música que traz lembranças de um sentimento antigo, mas também esperança “Camada por camada/ Reconstruindo a casa”.

“Era Pra Sempre” é a música que só vai crescendo, melódica, calma e repleta de sentimento, uma carta de amor cantada. Os meninos da Fresno fizeram uma música linda, e quando se pensa que a música não pode crescer mais, na sua metade ela traz a maior “canetada” deste álbum todo. É impossível escolher um verso favorito dessa canção porque todos fazem sentido juntos e se complementam. Não dá pra imaginar algo diferente para essa faixa, que é uma uma música contando sobre a relação do vocalista Lucas Silveira com a sua companheira, e nos faz querer viver um amor assim, não perfeito, mas pleno na sua forma única de ser.

E fechando primorosamente essa primeira parte do álbum temos uma ponte entre “Era Pra Sempre” e “INTERLUDE” que é um poema declamado, fecha os sentimentos apresentados nas seis músicas anteriores, e cria expectativa para a parte dois. “Feliz por acidente, antes e agora” é uma frase dentre tantas que fazem sentido individualmente nessa faixa, mas também se complementam. 

A primeira parte do álbum se encerra como se fosse um grande painel de “CONTINUA” subindo no final de um filme. Esse disco é uma película dos sentimentos dos emos que cresceram nos anos 2000 e que nunca abandonaram a Fresno e nunca foram abandonados pela banda. Seguimos ansiosos para curtir o que mais os guris da Fresno irão apresentar com a segunda parte do Eu Nunca Fui Embora.

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