Hole in my head é o novo álbum de Laura Jane Grace, que foi lançado na primeira quinzena de fevereiro. Ele conta com onze músicas, todas curtas como um bom disco punk e possui inspirações folk e rock dos anos 50 e 60. Nele, a vocalista do Against Me!, explora sua experiência como pessoa trans, e também temas políticos e sociais. Laura além do vocal e guitarra, toca bateria no disco. O baixo ficou por conta de Matt Patton do Drive-By Truckers, que também faz backing vocal.

A faixa-título “Hole in my head” inicia o disco como um grito de libertação em que ela declara que não irá aprender a sentir menos, e nem deixar nada não dito. Segue com outras faixas bem pessoais como  “Birds Talk Too”, “I’m Not a Cop” e “Dysphoria Hoodie”.

O primeiro single do disco foi “Dysphoria Hoodie”. Nele faz uma homenagem ao seu moletom preferido e descreve um sentimento comum a pessoas trans. No seu site discorre sobre a letra: “Esta é uma música sobre disforia de gênero e seu moletom com capuz favorito. Qualquer pessoa trans sabe o que é um moletom com capuz para disforia – é o moletom que você usa quando se sente deprimido ou disfórico e não quer que o mundo leia seu gênero, forma do corpo e esconda a cabeça e desapareça o máximo que puder.”

Ela também revisa o gênero a que a consagrou e, relembra na música “Punk Rock in Basements” o início da carreira no underground. Reflete como sentimento de liberdade e revolta ainda está vivo, principalmente nesse período pós pandêmico. 

Algumas faixas tem o ritmo um pouco mais lento, bem puxados para o folk. Na “Keep Your Wheels Straight” e “Tacos & Toast” em que ela conta acontecimentos do período que ela passou em St. Louis fica bem clara essa influência. E o CBGB’s da letra não é o famoso de Nova Iorque, e sim uma imitação que tinha em St. Louis. 

Na música  “Hard Feelings”, Laura abre seus sentimentos  falando sobre seus erros e vícios. Mas em seguida na “Give Up The Ghost”, exorciza seu passado e se diz pronta para começar de novo.

Laura nesse disco passeia em temas emocionais que permeiam a vida de todos. Segue sendo inspiração. Como o lema punk prega, construiu seu caminho nesse gênero ao seu modo. E apesar de gritar em uma das faixas que o punk está morto, mostra que é possível usá-lo de maneira relevante, inspiradora e contestadora.

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