Envolvido em um triângulo amoroso antigo com a música e a literatura, o duo paulista Atalhos desafia as velhas formas de criar e assume esse relacionamento. O resultado disso é o single “A Tentação do Fracasso”, faixa-título do próximo álbum da banda, previsto para 2022.

Em uma entrevista exclusiva ao Mad Sound no início do ano, o duo explicou que a canção foi inspirada no livro de mesmo nome do peruano Julio Ramón Ribeyro. “Ele passou mais de 30 anos mantendo um diário que acabou levando o título de La Tentación del Fracaso. Uma frase nesse diário ficou martelando na minha cabeça quando eu pensava se valia a pena seguir com a banda e compor/gravar um novo disco. ‘Los artistas jamás se equivocan, ellos solamente fracasan’. Nosso disco vai se chamar A Tentação do Fracasso por causa desse livro e, especialmente, por conta dessa frase que me marcou.”

Agora, a canção passa a ter uma nova roupagem nas maõs da banda mexicana Películas Geniales. O remix, que leva o título em espanhol “La Tentación del Fracaso”, propõe um novo universo rítmico com influências da identidade do grupo mexicano e valoriza a composição original, com versos em português e espanhol.

Ao falar sobre o lançamento, com exclusividade ao Mad Sound, o grupo mexicano contou: “A experiência foi incrível, nós somos banda que ama colaborações e poder fazer isso agora em outro idioma, usando instrumentos e efeitos que normalmente não usamos, foi um desafio muito emocionante e especial. Além de se surpreender com o fato de que não há mais barreiras para fazer arte conectando países, a Internet facilita muito! Estamos vivendo um ótimo momento para poder entrar em contato, compartilhar e colaborar com pessoas ao redor do mundo.”

O triângulo amoroso com a adição de Películas Geniales praticamente se torna um círculo infinito de referências indo de TV, como Twin Peaks, a outros grupos mais eletrônicos como LCD Soundsystem e Kraftwerk..

O círculo não se fecha, pois a forma do Atalhos de criar é infinita. Em suas próprias palavras, “Sempre foi um desejo que a experiência de ouvir uma música nossa não terminasse com o fim de cada canção, mas que cada música pudesse convidar a conhecer outras obras (filmes e livros que amamos) etc.”

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