Chaos Angel é o terceiro álbum da cantora e atriz Maya Hawke. Mais conhecida por seu papel como Robin Buckley na série Stranger Things, ela retorna com um novo registro que embala suavidade e tranquilidade.

Apesar de agradar a alguns, não são todos que vão gostar do trabalho. As músicas, mesmo que em geral bem trabalhadas, têm um problema em comum: a voz da artista. À princípio, isso não parecia incomodar, porém quando o mesmo padrão veio se repetindo durante o restante do álbum, uma sensação de cansaço e tédio também se instaurou.

“Black Ice” é a responsável pela abertura do registro. Ela traz, justamente, toda a suavidade da voz de Maya Hawke, com detalhes sonoros que se assemelham a água que corre rio abaixo. A música não conta com muitas nuances em sua extensão e ao final, torna-se mais cansativa, justamente por isso.

Essa é uma daquelas que não é das melhores escolhas para se abrir um álbum, por ser um tanto quanto sem graça e reta demais.

A temática suave e tranquila segue em “Dark”, porém, a voz, antes constante, é um tanto quanto falhada, ainda com um diferencial, que é a maior presença de outros instrumentos, em especial, da bateria, que traz um ritmo mais cadenciado à faixa.

“Missing Out” passa com pouco destaque, senão o solo de guitarra, e antecede “Wrong Again”, que traz uma levada mais ritmada. A voz da cantora soa agradável e melódica, alinhando-se bem ao restante da faixa, de maneira bastante harmoniosa.

“Okay” é mais um exemplo de música que poderia passar despercebida, não fosse o solo de guitarra que, apesar de não combinar muito com o restante da música, é justamente o que há de melhor nela. Os elementos “extra”, como o que se vê em sonoras de filme, soam um pouco aleatórias e não tão bem alinhadas.

O uso claro de autotune em “Better” foi uma quebra bem vinda no ritmo que o álbum levava. Apesar disso, não havia necessidade da música estar presente no álbum, já que ela dura pouco mais de um minuto. Caso fosse melhor desenvolvida, teria tudo para ser um dos grandes destaques de Chaos Angel.  Não era necessário realizar um registro com diferentes elementos ou algo muito rebuscado, mas justamente esse padrão semelhante entre as canções torna-o cansativo.

A ideia de voz e violão empregada em “Big Idea” foi bem recebida, e era justamente o tipo de coisa que poderia ter sido mais bem explorado no resto de Chaos Angel. A faixa, em especial no refrão, bem construída, de maneira que fica fixada na memória. Logo vem “Hang In There”, que é, com certeza, o maior destaque do trabalho.

A música é linda, com o detalhe do refrão, em que sua voz soa como algo celestial. Todos os elementos funcionam, desde a guitarra que faz uma participação tímida, até a bateria que guia a música, também de maneira sutil, tudo para que a voz seja o principal.

Encaminhando-se para o final do álbum, “Promise” traz, mais uma vez, bons riffs de violão, que criam uma ambientação interessante para a faixa. O álbum se encerra com a música que nomeia o registro. 

“Chaos Angel” é outra balada, mas desta vez, a voz de Maya Hawke é acompanhada apenas por um piano, em seu trecho inicial. O final da música é quando ela toma mais força e os diferentes instrumentos se unem, com os vocais estáveis, de maneira épica.

Em um geral, o álbum não soa tão inspirado quanto poderia ser. Apesar das boas letras e detalhes pontuais interessantes, ele não impacta aquele que está ouvindo. As músicas não são memoráveis e, em sua maior parte, poderiam passar despercebidas. 

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