Entrevista e texto por Joana Söt

Chaos Angel, terceiro trabalho de estúdio de Maya Hawke, é um álbum calmo, com voz crua e violão. Simples mas com letras bastante fortes e complexas, ele soa como um diário ou uma conversa com um amigo próximo. O Mad Sound entrevistou a atriz e cantora sobre o lançamento. Leia a conversa na íntegra a seguir:

Mad Sound: Como foi o processo de composição de Chaos Angel?

Maya Hawke: Eu tenho trabalhado nesse álbum há tanto tempo, é um processo diferente dos outros porque nos meus dois primeiros álbuns, eu escrevia poemas e mandava para outras pessoas, e nesse eu escrevia e fazia as músicas ao mesmo tempo! Escrevi com algumas pessoas, mas muita coisa é minha, então realmente é algo íntimo. 

MS: Um dos diferenciais desse disco com outros do mesmo gênero é o loop na sonoridade e os synths como em “Okay”. Como isso surgiu?

MH: Os loops foram uma brincadeira com a ideia de mantra. Era uma tentativa de fazer mantras atuais. As frases em loop são coisas que realmente valem a pena serem ditas e repetidas. A ideia talvez tenha vindo do meu avô, que é budista e foi monge por um tempo. 

MS: Ouvindo a primeira vez eu pensei muito em Fiona Apple, Alex G e Big Thief. Quais são as suas principais referências para as letras desse álbum? 

MH:  James Blake, Julia Jacklin, Peach Fuzz, Angelo De Augustine, Brian Wilson, Daft Punk, Big Thief com certeza foram uma das inspirações, Farm In The Middle Of Nowhere, de Buffy Sainte-Marie foram uma enorme inspiração para mim também, Mazzy Star, Nick Cave, e claro, Fiona Apple sempre foi uma grande referência!

MS: Você planeja fazer shows desse álbum na versão acústica? Ele parece perfeito para um unplugged!

MH:  Eu adoraria! 

MS: De onde veio a ideia de misturar synths no meio das músicas, como em “Missing Out” e “Better”? 

MH:  Os sintetizadores foram super orgânicos dentro das músicas. As músicas no geral foram feitas só com voz e violão, mas fomos sentindo a vibe de cada uma. 

MS: Podemos esperar uma turnê de Chaos Angel ainda em 2024?

MH:  Não vou fazer turnê enquanto não acabar de gravar essa temporada de Stranger Things, mas quando isso terminar, o plano é de tocar em diversos lugares, e torço para que o Brasil seja um deles!

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