Vindo do Reino Unido, um pop com influências e batidas do hip hop pode logo ser entendido como parte do movimento pós-Ed Sheeran, mas apesar de muitas semelhanças, o irlandês Dermot Kennedy traz em suas músicas algo diferente.
A inspiração do soul não é novidade no mundo do pop, mas Dermot faz parecer o contrário. Com seu disco de estreia, Without Fear, lançado ano passado, o músico conquistou milhões de fãs usando a ferramenta do streaming. Já estamos muito familiarizados com os artistas que começaram suas carreiras no YouTube, mas agora, o Spotify toma seu lugar. Com seus poemas sinfônicos, o irlandês começou seu sucesso em 2015 quando, aos poucos, suas músicas foram aparecendo nas playlists da plataforma.
Agora, Dermot Kennedy superou o status “artista de playlist” e chegou a patamares que poucos chegam. Seu nome pode ter passado batido por aqui, mas sua força internacional recentemente o levou a apresentar um set encantador no Museu de História Natural de Londres que foi transmitido para milhares de fãs em um link privado.
O Mad Sound teve a oportunidade de assistir ao show e testemunhar o que facilmente pode ser uma nova onda do pop. Com o cenário brilhante e encantador do museu, Dermot se apresentou com sua banda – respeitando o distanciamento social – seus maiores hits. Mas não é só de hit que ele é feito. Suas letras são construções poéticas e para apoiar isso, ele convidou seu colega e ator Paul Mescal, famoso por seu papel na minissérie Normal People, para, entre canções, recitar poemas e narrar histórias dramáticas e incrivelmente comoventes.
Dermot tem grandes refrões e batidas excelentes, mas com sua alma derramada nas letras, é impossível ouvir uma canção dele sem absorver toda sua dor e seu amor quando começa a cantar. Aqui um trecho de uma de suas peças:
“Woke up this morning
Light poured in, you’re with me
I thought I’d be better off alone
Now, my soul has been torn
And reborn, started breathing
What have I done?
What have I done?
I never thought I needed saving
I was right where I should be
Good God, I know it’s dangerous
But it’s you that I need
I’m in love this time, I’m in love this time”
É com essas três estrofes que Dermot começa “What Have I Done”, faixa presente do seu disco de estreia – clique aqui para ler a tradução.
A voz crua, humana e colossal potencializa os sentimentos expostos em suas músicas e esses são facilmente reconhecidos por quem ouve. Amor, sofrimento, decepção, adoração, arrependimento, esperança… todos esses são sentimentos que todos de nós já experienciamos de alguma forma. Também são temas de refrões poderosos de Dermot e que tocam nossa alma, nos mostrando que toda emoção vale a pena ser sentida, respeitada e compartilhada.