Com quase 20 anos de estrada, a banda americana The Used lança hoje, 24, o novo disco Heartwork. 

E o Mad Sound conversou no final de abril, com o baixista da banda, Jeph Howard, sobre o novo disco, inspirações para clipes e para o álbum, recomendações musicais para os fãs em quarentena, e até informações exclusivas sobre a banda que acompanhará o The Used na nova turnê! Confere aí embaixo essa conversa:

Mad Sound: Heartwork tem vestígios do primeiro disco do The Used, do álbum In Love and Death, com uma pitadinha de Lies for the Liars. Como vocês surgiram com essa ideia de pegar os álbuns antigos da banda como inspiração para criar o novo?

Jeph Howard: Fomos ao estúdio e basicamente deletamos todas as coisas que tínhamos e fizemos novas canções. Queríamos começar do zero, sabe? Portanto, não era intencional que quiséssemos usar seus álbuns antigos como inspiração, e não é como se estivéssemos refazendo as faixas, é um som novo, mas conseguimos manter o sentimento dos três primeiros álbuns que fizemos há quase 18 anos. … bem, as demos são de 20 anos atrás, então somos uma banda fazem 20 anos! Mas é animador, eu acho que as pessoas vão ficar muito felizes com o disco.

MS: Eu gostei muito das capas do Heartwork e do single “Paradise Lost”, você pode me falar um pouco mais sobre elas?

JH: Sempre achamos cartas de tarô muito legais e mágicas, e tivemos a ideia delas se tornarem parte do disco. Eu vi quatro das capas até agora, e são todas cartas de tarô, e elas são épicas, de verdade, e ainda tem mais pela frente. 

MS: Elas são super legais mesmo, algum de vocês da banda joga tarô, por acaso?

JH: Na verdade não! (risos) Minha esposa joga, mas sabe, eu estou aberto para tudo, estou realmente aberto pra tudo. Eu sempre achei tarô muito intrigante, a ideia por trás… eu acho que é dai que os jogos de carta vieram, eu acho que eles trocaram o tarô por jogos de carta, é muito interessante, todo lado espiritual por trás e tudo mais. 

MS: E falando sobre tarô, vocês estão jogando tarô no clipe de “Paradise Lost”!

JH: Sim! E é como eu estava dizendo, o conceito desse disco está todo amarrado, as coisas se conectam, e as cartas foram um jeito de unir todo o álbum. 

MS: E com isso, gostaria de ouvir mais sobre como foi a gravação e a história por trás do clipe de “Paradise Lost”, é tão colorido, intenso e tem tanta coisa acontecendo!

JH: Nós fomos muito sortudos porque todos nós pudemos opinar no clipe, e o diretor é nosso amigo. E nós filmamos a coisa toda em um dia só, o que foi demais, foi muito rápido, nós ficamos lá até 1h da manhã mas acontece.

E o diretor estava em turnê com a gente! Editando o vídeos enquanto isso, então todo dia ele estava trabalhando em materiais, e nos fazendo perguntas, e ele é um diretor incrível, um ótimo videografista. E trabalhar com ele diariamente? Foi demais, ele faz as coisas instantaneamente. 

E sobre a história do clipe, a ideia veio do Bert [McCraken], mas uma vez que a ideia estava ali, todos nós nos envolvemos e começamos a mudar partes, adaptar ideias e colocando o que achávamos que ia ser perfeito para o clipe. 

MS: E tem algum outro poema ou livro que você adoraria ver se tornando um clipe?

JH: Ah cara… 1984, talvez? 

MS: Nossa, essa é uma boa sugestão! 

JH: Sim, seria legal né? Quer dizer… eles fizeram um filme de 1984, não fizeram? Não foi tão bom quanto o livro, mas ainda foi muito bom! Na verdade, tem uma canção nesse disco que se chama 1984…

MS: Uau… essa informação é bem interessante! (Risos)

JH: (Risos) Aí está! 

MS: Você tem alguma recomendação musical que foi referência pra vocês para o novo disco, para os fãs se preparam para Heartwork?

JH: Uh… isso é animador! Mas nossa, são tempos díficeis demais para o planeta inteiro, alguns países estão sofrendo mais do que os outros, honestamente eu acho que esse é só o começo, eu acho. Bom, obviamente os Estados Unidos ainda não começou a diminuir a curva, continuamos subindo, e são tempos que dão medo. 

E sobre as músicas que nós ouvimos, cada um um gosta de um tipo de música diferente. O meu particularmente, no momento, é música afro-cubana, e se você tem Spotify, vá atrás desses artistas pois eles tem músicas muito boas. 

MS: E no momento, durante o isolamento, o que você está curtindo ouvir?

JH: Ontem eu ouvi muito David Bowie, um artista, acho que ele é chamado Mulatu Astatke, ele também tem uma pegada meio afro-cubana, ele é demais! Também tem essa banda chamada Lovage, que eu gosto muito, um dos meus discos favoritos de todos os tempos, é o disco deles. 

MS: Essa é uma pergunta meio agridoce com todo período de incerteza que estamos vivendo, mas gostaria de saber de qualquer maneira, vocês terão o lançamento do novo álbum em breve, e a partir disso, quais são os próximos planos para o The Used?

JH: Bom, em um cenário perfeito, tudo é arrumado, as pessoas começam a melhorar, os Estados Unidos começa a arrumar a merda que está, esse vírus vai embora… Nós temos uma turnê que já foi reagendada, e que ainda não foi anunciada, o que é uma pena pois não posso te dizer com qual banda iremos estar em turnê com, e é super animador pra nós, e eu mal posso esperar. Espero que as coisas não sejam mais adiadas ainda. 

MS: Você pode me dar pelo menos uma pequena dica da banda que vocês vão sair em turnê com?

JH: Uma dica? Nossa, eu vou me meter em muito problema se eu falar porque eles não anunciaram também ainda, mas deixa eu pensar… Vamos dizer… deixa eu ir o mais longe possível… o que eu posso dizer que seja super vago… Ok, vou dizer: onze. 

E falando sobre outra coisa, queria dizer que eu amo, amo o Brasil, e eu estou forçando muito pra gente voltar.

MS: Vocês tem que voltar com a turnê desse álbum! Estaremos esperando por vocês. 

JH: Sim, já faz muito tempo! Espero que… bem… não tenho nem ideia de quando podemos voltar para o Brasil agora mas, espero que o mais cedo possível, porque eu realmente sinto muito falta. Eu acho que se tudo começar a voltar novamente, os próximos dois anos vão ser bem divertidos. 

Confira abaixo o novo disco do The Used, Heartwork: