Men at Work é uma daquelas bandas que organicamente cultivou um elo muito especial com o Brasil. Várias músicas do grupo australiano se tornaram sucessos absolutos nas rádios, TVs e discotecas do país, o que fez surgir uma apaixonada legião de fãs.
Agora, 24 anos após sua última apresentação em território brasileiro, a banda comandada por Colin Hay, único remanescente da formação original, volta ao país para uma série de três shows. O primeiro, realizado no último sábado, 17, foi uma verdadeira carta de amor ao público que esteve presente no Qualistage, na zona oeste do Rio de Janeiro.
O show contou com um tempero especial já que Colin Hay divide sua atenção entre o Men at Work e sua carreira solo. Resultando em poucas apresentações da banda que, muitas vezes, faz a abertura para outros artistas, diminuindo assim o tempo de palco. Por aqui, o público pôde contar com uma performance mais longa, recheada de grandes sucessos do Men at Work, músicas da carreira solo de Hay e, até uma surpresa para os brasileiros.
A banda composta pelo frontman Colin Hay (vocal e guitarra), Jimmy Branly (bateria), San Miguel Perez (guitarra), Yosmel Montejo (baixo), Scheila Gonzalez (saxofone, flauta, teclados) e Cecilia Noël (backing vocals) subiu ao palco com “Touching the Untouchables” e, após a calorosa recepção inicial, se deparou com uma plateia ainda tímida.
Timidez essa que continuou em “No Restrictions”, segunda faixa escolhida pela banda. Logo em seguida, Cecilia Noël começou a interagir com os fãs e puxou um coro do refrão de “Come Tumblin’ Down”, canção solo de Colin Hay e próxima performance da noite. Aos poucos, a timidez foi dando lugar a vibração e energia características do público brasileiro.
Ainda assim, foi o arrebatador solo de saxofone de Scheila Gonzales na música seguinte, “Can’t Take This Town”, também da carreira solo de Hay, que hipnotizou e fez todos da plateia ferverem, ajustando a sintonia do público com a banda e ditando o tom do que estava por vir. Scheila foi devidamente ovacionada com uma sequência de aplausos que, merecidamente, pareciam não ter fim.
A banda que hoje acompanha Colin Hay, além de talento, esbanja carisma e presença de palco. Todos os músicos ainda tiveram momentos de destaque ao longo do show.
A noite continuou com uma sequência de hits que esbanjou quão farto é o catálogo da banda. “Dr. Heckyll & Mr. Jive”, “No Sign of Yesterday”, “Underground” e, em particular, “Who Can It Be Now?” fizeram a plateia cantar e dançar ainda mais.
Até que os primeiros acordes de “It’s a Mistake” foram tocados, levando a plateia ao delírio. Logo em seguida, “Down Under”, o “segundo hino da Austrália” ou “hino não oficial da Austrália”, foi responsável pelo grande momento da noite, com a plateia fazendo coro do início ao fim. O Men at Work saiu brevemente do palco, antes de voltarem para encerrar o show com maestria.
Os fãs queriam mais e não pararam de pedir, em coro, por “Overkill”. O pedido foi atendido. A banda retornou para o bis estendendo a bandeira do Brasil e logo começaram a tocar aquela que é também a composição favorita do frontman, Colin Hay. Uma bem-vinda surpresa para os fãs brasileiros ainda estava por vir.
Dessa vez, um hit da carreira solo de Hay que fez muito sucesso no Brasil, “Into My Life”. A faixa fez parte da trilha sonora da novela Rainha da Sucata, transmitida pela TV Globo em 1990. Para fechar com chave de ouro, “Be Good Johnny” foi a faixa escolhida para encerrar a noite.
Ao final do show, era possível ver a alegria e satisfação dos fãs com o que foi apresentado. Um show que, sem dúvidas, fortaleceu ainda mais o elo do Men at Work com o Brasil.
Men at Work no Brasil
O Men at Work volta aos palcos no dia 20 de fevereiro, no Live Curitiba, e no dia 21 de fevereiro na Vibra São Paulo.
Setlist
Touching the Untouchables
No Restrictions
Come Tumblin’ Down
Can’t Take This Town
Down by the Sea
Blue for You
I Can See It in Your Eyes
Dr. Heckyll & Mr. Jive
No Sign of Yesterday
Who Can It Be Now?
Underground
Upstairs in My House
Catch a Star
It’s a Mistake
Down Under
Bis
Overkill
Into My Life
Be Good Johnny