O tradicional Festival da Lua cheia aconteceu entre os dias 30 de maio e 02 de junho, sendo essa a sua 32a edição. O cenário desse encontro de música, arte, natureza e cultura é o Hotel Fazenda Vale das Grutas, localizado no interior de São Paulo, na cidade de Altinópolis.
As atrações musicais sempre são uma mistura de nomes consagrados, como Nando Reis, Criolo e Vanessa da Mata, com artistas expoentes da cena alternativa como Luiza Lian, Yago Oproprio e Anná.
O festival
A história do festival começou como uma festa junina entre amigos nos anos 80 e desde então só cresceu. A partir dos anos 2000, começou a trazer grandes nomes da música para se apresentar. Até nos dias de hoje é possível encontrar barracas com comidas típicas, como doces juninos e sanduíches de pernil.
Esse ano o nome do festival se alterou, antes conhecido como Forró da Lua Cheia, passou a se chamar Festival da Lua Cheia. Essa mudança aconteceu para que a essência multicultural do evento ficasse clara para quem o conhece agora e não vinculado a apenas um estilo musical.
Como o evento acontece em uma fazenda fora da cidade, nos quatro dias a maioria dos participantes acampam por lá. O local oferece a estrutura necessária para o camping. Também é possível alugar os chalés do hotel ou mesmo se hospedar pela região.
Mas para quem fica, o festival oferece diversos cursos e atividades gratuitas durante o dia todo. Essa parte é organizada pelo complexo Dharma e inclui desde aulas de yoga, capoeira, até oficinas e palestras sobre variados temas. Além disso, durante o dia grupos fazem cortejos de maracatu e blocos regionais.
A estrutura
O festival é composto por quatro palcos. Sendo que o palco Piscina funciona durante o dia e traz apresentações de bandas de estilos variados, e nos intervalos sempre tem um DJ. Nele se apresentaram bandas que tocam pela região como Balaco, Mandarine e Bloco da Bilinha.
O palco Samba/Forró durante o dia apresentou rodas de sambas com grupos de todo o Brasil. Inclusive duas formadas apenas por mulheres, uma do Mato Grosso, Sasmininas e outra de Ribeirão Preto, Soberanas do Samba.
Durante a noite o palco era ocupado pelo Forró, o ritmo que durante anos deu nome ao festival. Todos os dias, das 19h até as 6 da manhã, passaram pelo palco dezenas de bandas como Peixe Elétrico e Diana Do Sertão.
Os palcos Vale e Lago eram onde os shows principais aconteciam. O primeiro está montado ao lado de um mirante de onde é possível observar diversas cidades da região. O outro fica próximo ao Lago cercado por árvores.
A música
No primeiro dia tivemos a apresentação da cantora Anná, que tem feito ótimos shows na Casa De Francisca e Sesc em São Paulo. No palco com uma banda completa e bailarinas, misturou samba, baião e funk que incendiaram o público. Em seguida o Johnny Hooker fez o show da sua turnê que comemora seus 20 anos de carreira.
Para fechar a noite foi a vez do rapper Yago Oproprio, que lançou seu ótimo último álbum, OPROPRIO, no fim de maio. Ele soube manter o público animado ao intercalar as músicas já conhecidas com as novas, o que ajudou a aquecer o frio da noite gelada que fazia no palco Vale.
Na sexta, a cantora mineira, Augusta Barna mostrou seu repertório de música brasileira. Em seguida o show de Nando Reis que convidou Arnaldo Antunes para algumas músicas, que nos fez recordar os shows da recente turnê de encontro dos Titãs. E para esquentar a noite a mistura de Pará com Minas da banda Tutu com Tacacá fez todo mundo dançar com seu carimbó.
Em seguida o Criolo, que durante a tarde fez a passagem de som e tocou algumas músicas para o pessoal que estava por lá. Essa é outra vantagem de festivais imersivos, ter a oportunidade de ver até a preparação para o show.
E se o som da tarde já tinha sido bom, a noite foi melhor ainda. O clima do palco era de festa com ele e DanDan no comando, na última música convidou o Yago e seus músicos para se juntarem no palco, Criolo elogiou Yago e falou da importância dos novos rappers para a cena nacional.
No sábado foi a vez de ter o gostinho antecipado do show da Luiza Lian, na passagem de som durante a tarde. A noite ela apresentou sua mistura de música brasileira, eletrônica, com letras que exploram o sincretismo religioso. Além disso, seu belo balé, que apresentou uma performance com esteiras no palco.
O show do veterano Zé Ramalho reuniu pessoas de todas as idades. Em seguida, a cantora Vanessa da Mata mostrou todo seu talento vocal ao percorrer parte de seu vasto repertório. A noite terminou com o aguardado show da banda Lamparina, que contagiou o público com suas canções cheias de suingue.
Para fechar o festival, a banda Francisco El Hombre trouxe a sua turnê de despedida para o Vale. O visual do sol se pondo e as músicas da banda animaram o público, que durante o show esqueceu o cansaço do quarto dia. As músicas do último disco e os sucessos antigos fizeram todos dançarem.
Em meio a um cenário repleto de belezas naturais, reunir pessoas de todas as idades para celebrar a música e arte é muito importante. Ainda mais em cidades do interior onde o acesso à diversidade na área musical não é comum.
A oportunidade de participar de um festival imersivo que une artistas e público do Brasil todo é um privilégio. Além disso, ter espaço para assistir a shows de artistas expoentes na cena alternativa também é um privilégio. Celebrar a música brasileira em meio a natureza é sempre bem vindo.
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