Ficou difícil ouvir a voz de Jão em meio ao coro da plateia na noite de quinta-feira, 14. Os fãs do cantor de “Idiota” esgotaram os ingressos do Espaço das Américas não só em uma, mas em quatro datas em São Paulo – a segunda delas sendo a noite passada. Uma noite que foi, nas palavras do próprio Jão, “inesquecível”.

Visivelmente apaixonados pelo artista que veio do interior, o público cantou bem alto todas as músicas do set de 1h30 e interagiu com pulos, palmas e luzes do celular quando era necessário. Difícil mesmo era não ser contagiado por tanto entusiasmo e sentimento.

Basta assistir Jão no palco para entender o efeito apaixonante que ele tem sobre a plateia. Além da presença de palco descontraída e calorosa, o cantor faz de seus momentos com os fãs parte do espetáculo. Ele interage com os espectadores o tempo todo; conversa, conta histórias, agradece e até mesmo dá sua benção a novos casais que estão sendo formados em sua presença (ele admite que não tem um bom histórico nessa parte, mas que naquela noite tudo iria mudar).

Parte de toda essa magia da dinâmica de artista e público vem do fato de Jão ter plena consciência da importância de uma noite como essa para quem está assistindo – e ele falou sobre isso. Em um discurso tocante logo no início, o cantor disse saber que as pessoas procuram aqueles poucos minutos de show para sentir algo diferente do que sentem em seu dia-a-dia. Ele prometeu que entregaria tudo de si, mas pediu ao público para que fizesse o mesmo em troca. E eles fizeram.

O show da turnê Pirata é um espetáculo de luzes e muito technicolor. Além da música e da qualidade vocal, o aspecto visual é muito importante e ajuda a compor o cenário de uma verdadeira performance em alto mar – desde o enorme navio ancorado no palco até a chuva que cai sobre o artista quando ele canta “Olhos Vermelhos”. A maior parte da setlist é feita para dançar e curtir o momento, mas também tem bastante espaço para chorar e cantar junto.

Na última quinta-feira, Jão conduziu uma noite dedicada a fazer o público se divertir e também se emocionar. Tocou quase todas as favoritas dos fãs (com exceção de “Louquinho”) e acrescentou “Doce” na setlist. “Eu faço isso aqui com o meu sangue. É a coisa que eu mais amo fazer”, disse em um de seus discursos. E isso fica evidente, tanto pela atmosfera leve com a qual o show foi conduzido, quanto pelo brilho nos olhos de quem estava assistindo.

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