2021 foi um ótimo ano para a cena nacional. Seja com o estrondo da ascensão de Marina Sena ou o brega pop de Pabllo Vittar em Batidão Tropical, nossos artistas trouxeram muita coisa nova para seus trabalhos e estão ajudando a remodelar completamente a definição de música brasileira.

A força dessa grande movimentação cultural tem feito nossa música atravessar fronteiras, seja com a carreira de Anitta dando seus primeiros grandes passos nos Estados Unidos ou a presença de Luedji Luna no palco do Grammy Latino em Las Vegas. A genialidade dos artistas brasileiros renderia uma lista bem maior que essa, mas hoje decidimos reduzir o número para apenas 5 favoritos.

Com tantos trabalhos incríveis a serem destacados, nossa seleção foi feita a partir de uma preferência pessoal e procurou não considerar necessariamente a popularidade dos discos em questão ou a recepção do público. Saiba 5 discos nacionais que vale a pena conferir enquanto o ano não acaba.

05. Gabi Lins – ULTRARROMÂNTICA

Grande promessa do cenário nacional, em seu EP de estreia, Gabi Lins inicia sua carreira na música criando altas expectativas para o futuro. A cantora se inspira nas características do movimento ultrarromantista para contar a história de um relacionamento abusivo em quatro atos: loucura, carência, delírio e vício. Através de suas músicas e recursos visuais, Gabi Lins busca recuperar a autonomia da mulher frente uma ótica machista e traz diferentes elementos musicais em cada uma das quatro faixas, transitando pelo brega, o pop chiclete, o reggaeton e o pop moderno.

04. Jão – PIRATA

Há anos, Jão vem provando que não é só um bom artista, mas também um ótimo contador de histórias. Em PIRATA, o cantor que veio do interior de São Paulo navega pelas águas de amores passados e experiências marcantes que são contadas de forma tão vívida que é como assistir um filme. Experimentando mais com o pop das rádios e elementos de EDM e sonoridade retrô, Jão criou um álbum ao mesmo tempo sensível e divertido, perfeito para as pistas de dança, mas também para momentos de introspecção.

03. Fresno – Vou Ter Que Me Virar

Em seu nono álbum de estúdio, a Fresno faz jus aos mais de vinte anos de carreira e prova que sabe não só reinventar, mas também se manter relevante e atual sem perder sua identidade. Vou Ter Que Me Virar continua a linha criativa do projeto INVENTÁRIO e traz não só o rock e as influências do punk e metalcore da banda, mas também mistura gêneros e tendências, apostando mais nos sons eletrônicos, temperando o disco com faixas pop, participações de peso e até mesmo uma faixa de samba emo.

02. Tuyo – Chegamos Sozinhos Em Casa


O segundo álbum da Tuyo chegou em 2021 dividido em duas partes e a primeira delas rendeu a primeira indicação do trio ao Grammy Latino na categoria “Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro”. Em Chegamos Sozinhos Em Casa, a Tuyo mostra sua maturidade enquanto um dos maiores atos da música nacional atual, trazendo uma faceta ainda mais experimental para o indie, incorporando diversos elementos da música eletrônica e elevando o nível de suas composições, que transitam por questões existencialistas e sentimentos profundos de forma sensível e ao mesmo tempo impactante.

01. FBC, VHOOR – Baile

2021 foi o ano deles. Junto ao DJ VHOOR, o rapper FBC dominou as trends das redes sociais e trouxe de volta o Baile dos anos 1980 e 1990, criando um álbum divertido e contagiante que nos transporta de volta para a ascensão do funk no Brasil, quando o gênero ainda era uma vertente do Miami Bass, unindo black, soul e funk americano. Baile é um álbum feito para celebrar a cultura periférica com muita leveza e descontração, mas também aborda abertamente questões sociais como a violência policial e a criminalização do estilo de vida da periferia.

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