Na estrada com a turnê #BarãoPraSempre, o Barão Vermelho está se apresentando com uma nova formação. Desde 2017, o guitarrista e vocalista Rodrigo Suricato ocupa a posição que antes era de Frejat, um dos fundadores do grupo e líder desde 1985, quando o lendário Cazuza deixou o Barão.

Completado pelos cofundadores Guto Goffi (bateria) e Maurício Barros (teclado), e pelo guitarrista Fernando Magalhães, a banda mergulha em uma nova fase na qual precisa equilibrar as conquistas do passado a novos projetos. Dessa necessidade, surgiram ideias opostas: uma turnê para revisitar os maiores hits da banda e um disco de inéditas, que deve chegar em breve.

No meio desse furacão de novidades, sobrou assunto na conversa dos integrantes da banda com o Mad Sound. Abaixo, leia o bate-papo na íntegra.

Mad Sound: Vocês estão preparando um novo disco de inéditas e uma turnê para apresentar os melhores hits da banda aos fãs. Como vocês lidam com toda essa carga de trabalho? Como surgiu a ideia de fazer ambos?

Maurício Barros: Temos trabalhado bastante, mas a alegria de ver a banda na ativa faz qualquer esforço valer a pena. Decidimos gravar algumas músicas do nosso repertório para que os fãs pudessem curtir as versões atualizadas e com a mesma pegada dos shows que estamos fazendo pelo país, desde que retornamos aos palcos com a formação atual. Entramos no estúdio no fim do ano passado e gravamos praticamente ao vivo. É um aperitivo pro disco de inéditas que agora estamos começando a gravar e será lançado no segundo semestre.

Mad Sound: O último disco de inéditas saiu há 14 anos. Todo esse tempo sem lançamentos novos influenciou de que forma na decisão de mudar a formação da banda?

Maurício Barros: Não foi uma decisão de mudar a formação da banda, e sim, uma necessidade, ocasionada por diversos fatores. Só então, com o time devidamente reestruturado, começamos a pensar em novos lançamentos. Queremos mostrar tudo que deixamos de mostrar durante esse período.

Mad Sound: Qual é a importância de revisitar toda a discografia do Barão nesse momento em que vocês estão trabalhando em um álbum de inéditas?

Maurício Barros: É importante que as pessoas se familiarizem com a voz do Suricato à frente das músicas que já conhecem. E também pra contextualizar o trabalho de uma banda na ativa há décadas. O Barão Vermelho não voltou apenas pra celebrar seu passado. Voltou pra honrar o rock brasileiro e dar sequência à sua bem sucedida jornada.

Mad Sound: O que os fãs podem esperar desse novo álbum?

Guto Goffi: O Barão Vermelho virá revigorado. As gravações começam este mês e teremos uma convivência intensa, troca de ideias e esperamos astral alto fluindo, rs… Aliado a isso tudo, bons instrumentos, um estúdio classe A (Toca do Bandido), e uma vontade enorme de colocar esse CD novo, inserido com louvor, dentro da discografia da banda.

Mad Sound: Como foi o primeiro contato entre vocês e o Rodrigo e como vocês decidiram que ele era a pessoa certa para substituir colegas tão memóraveis?

Guto Goffi: Trata-se de um rapaz muito talentoso. Toca e canta muito bem. Como compositor ainda o estou conhecendo, entendendo o seu estilo. Eu achava que ele era, a única revelação relevante dos últimos cinco anos do rock brasileiro, mas quem se interessou por ele primeiro foi o Maurício Barros que nos sugeriu esse nome. No Barão ele é o Surigato.

Mad Sound: Vocês já passaram por algumas mudanças na formação. Vocês já pensaram em criar um projeto que carregue outro nome? Como é feita a decisão de continuar com o Barão Vermelho após cada perda e mudança?

Guto Goffi: Como eu e Maurício somos os fundadores do grupo e fomos quem escolheu, o Dé, Frejat e Cazuza, nesta ordem de chegada, ficamos muito á vontade de escolhermos novo colaborador, o Rodrigo Suricato. O Barão é uma prisão sem chaves nas portas, quem quer sai e tudo bem, a vida continua e a nossa está apenas continuando, e nessa vontade, o Barão agora é #PRASEMPRE, e desejei que isso fosse sentido por todos, e estamos com uma nova turma para levarmos aos palcos esse repertório maravilhoso, que foi esculpido ao longo dos anos, décadas. É nosso, precioso, de muito valor. Não pode ficar jogado as traças. Tin-Tin a festa está apenas começando, rs…

Mad Sound: Hoje em dia é muito comum ouvir que o rock morreu, principalmente o rock brasileiro. Como vocês enxergam esse cenário?

Fernando Magalhães: O rock nunca vai morrer, é uma música do mundo. A mídia, e mesmo as gravadoras, estarem voltadas para pop/rock é outra coisa. O pop rock é um estilo instigante, que mudou ao longo dos anos e gerações, sempre estara em constante mudança e com novas sonoridades.

Mad Sound: Vocês acham que ainda há espaço para bandas como o Barão crescerem e terem o sucesso que vocês alcançaram?

Fernando Magalhães: Várias bandas da nossa geração e de outras estão em plena atividade, houve muitas mudanças no mundo e ainda muitas virão e isto inclui no jeito que as pessoas consomem e de como se divulga a música, mas bandas boas com boas canções, sempre vão existir.

Mad Sound: O que vocês escutam de bandas/artistas atuais?

Fernando Magalhães: Eu tenho ouvido uma banda nova inglesa chamada Spaceface, que achei os rapazes bem legais, a cena pop rock brasileira, com milhares de bandas e artistas emergentes, estão na luta para chegar num lugar bacana. Eu gosto do Folks e Nove Zero Nove aqui do Rio de Janeiro, eles fazem um som muito interessante.

Mad Sound: Se pudesse escolher os 5 melhores álbuns de música brasileira para introduzir alguém à nossa cultura, quais seriam?

Rodrigo Suricato: São muitos, mas me hospedei muito tempo nesses: Roberto Ribeiro, Gilberto Gil Acústico, Barão Vermelho Ao Vivo, Verde, Anil, Amarelo, Cor-de-Rosa e Carvão da Marisa Monte, e Circuladô Ao Vivo do Caetano Veloso.