O cantor e compositor Elliot Moss se prepara para lançar seu terceiro álbum, How I Fell, em 16 de fevereiro. Serão 11 faixas inéditas, das quais 6 já foram reveladas: “Hearts Lose”, “Everglades”, “Magic”, “Lazy”, “Altitude” e a faixa-título.

Com sua mente criativa e tendência a criar canções cinematográficas, Moss tornou-se um dos nomes mais interessantes do pop alternativo – especialmente depois da viralização de sua canção “Slip”. Em seu novo álbum de estúdio, porém, ele decide dar um passo adiante e se afastar das grandes produções e letras elaboradas para abraçar a própria vulnerabilidade e contar histórias pessoais.

“Para mim, essas são as músicas mais honestas que já escrevi e isso foi realmente assustador no começo porque há algumas músicas neste álbum que eu realmente não quero que as pessoas que eu conheço ouçam porque são muito diretas”, conta em entrevista ao Mad Sound. “Considerando que o material anterior era meio cinematográfico e havia todo um tipo de filtragem, quando uma ideia chegava ao fim, era como se ela se transformasse em seu próprio pequeno filme independente. E agora é bem óbvio sobre o que algumas dessas músicas falam.”

Diretamente do estúdio que ele mesmo construiu, Elliot reflete sobre a decisão e a jornada de trabalhar musicalmente de uma maneira diferente como tinha feito até então. O período de isolamento social causado pela pandemia com certeza contribuiu para várias reflexões, o que ajudou a moldar as novas músicas de uma maneira diferente. “Acho que se tornou menos interessante não revelar o cenário completo para as pessoas”, comenta. “Não fazia muito sentido esconder tudo e depois fazer um pequeno filme para deixar transparecer só uma parte. Ao invés disso, eu decidi me manter fiel ao motivo pelo qual eu comecei em primeiro lugar”.

Ele também contou com o auxílio do produtor Damian Taylor, que já trabalhou com nomes como Björk e Arcade Fire, e foi uma grande força criativa por trás do novo disco. “Ele trouxe muitos sons incríveis, mas minhas decisões favoritas que partiram dele foram as coisas que ele decidiu remover [das músicas]. Ele falava: ‘Não, você está se escondendo. Você está voltando ao seu buraco cinematográfico e ao invés disso, isso deveria soar muito claro e direto’. Ele me forçou a ser o mais específico e honesto o possível”, conta.

Em suas novas músicas, Elliot Moss conta histórias pessoais e delicadas que nunca havia contado antes. A faixa “Magic”, por exemplo, fala sobre um tratamento de câncer pelo qual seu pai passou e que poderia deixá-lo com a audição prejudicada. Os dois trabalham juntos fazendo música e a perspectiva de perder isso assustou o artista. Já o single “Altitude” fala sobre a sensação decorrente de lidar com a depressão – tema sobre o qual Elliot Moss sempre foi bastante aberto.

“Ter depressão é uma batalha complicada porque, por um lado, eu quero estar [trabalhando em músicas novas], mas eu não tenho forças para fazê-lo. Então [fazer músicas] sempre me ajudou a me forçar a sair desse lugar e fazer algo, mesmo que eu não use [o resultado final]”, comenta.

“‘Altitude’ é sobre a sensação dilatada e congelada que você sente às vezes quando está tão deprimido que é como se tudo estivesse atrás de um vidro e você só está assistindo tudo acontecer.  Pode ser algo muito calmo e silencioso, mas também pode ser muito frustrante e barulhento. E, particularmente, fica acontecendo do mesmo jeito várias e várias vezes e meio que me lembra algum filme clichê de sci-fi onde a pessoa é abduzida 15 vezes pelo mesmo alien e você pensa ‘Tudo bem, já entendi’, mas não consegue controlar.  Então fazer música é um modo de dar [a essa sensação] um lugar para existir porque de outra forma ela é só meio que uma nuvem com a qual eu não consigo fazer nada e nem agarrar. É um pouco de estrutura”, conclui.

Ele conta que gostaria muito de vir ao Brasil e lê as mensagens dos fãs online, mas ainda não tem planos concretos de visitar o país. “Eu continuo dizendo ‘Vamos pra lá, vamos pra lá, vamos pra lá’, mas ainda não temos planos”, conta sorrindo. “Espero poder ir em breve. Todo mundo que eu conheço me diz que eu preciso ir.”