Cherry Purple está no Brasil para uma série de shows pela primeira vez em sua carreira. A banda de indie alternativo é formada por três americanos e uma brasileira e vem aos poucos conquistando o público com as canções excelentes de seu álbum de estreia, Whatever Name You Want.

O grupo foi formado oficialmente em 2021, na cidade de Chicago, mas a história da Cherry Purple começa muitos anos antes. O guitarrista Logan Brinkerhoff e a vocalista brasileira Carolina Dezó se conheceram através do Soundcloud e passaram a produzir músicas juntos à distância. Em meados de 2017, Carol se mudou para os Estados Unidos e os dois passaram a tocar shows acústicos como uma dupla até encontrarem Josh Wolf (bateria) em 2021 e, mais recentemente, Tommy Glaviano (baixo).

O álbum de estreia, Whatever Name You Want, teve um primeiro lançamento há alguns anos, mas um tempo depois, revisitando o projeto, a banda percebeu que não estava satisfeita com o resultado. Por isso, uma versão remasterizada do disco foi lançada agora, em 2023, pelo selo Marã Música, onde o grupo procurou manter um som mais “limpo e nítido” e menos “encaixotado” na produção. “Nós amamos essa remasterização”, comenta Logan em entrevista ao Mad Sound. “Queremos ouvir o álbum daqui a anos e fazer com que as pessoas ainda gostem dele”.

Sobre suas influências musicais, eles citam Arctic Monkeys, Tame Impala e Cage The Elephant, mas também dizem ouvir muita MPB, como Tim Maia e Paulo Sérgio. “Pegamos um pouquinho de cada banda, seja o que eles fazem nos álbuns, ou o jeito de tocar guitarra, ou ideias para os vocais e criamos a partir de tudo isso”, comenta Carolina. Foi ela quem compôs as letras e a melodia de todas as faixas no disco, com participação de Logan nos arranjos de alguns instrumentos. Para a Cherry Purple, a pressa é inimiga da perfeição e o objetivo é sempre o melhor resultado possível. “Nesse álbum, acho que levamos cinco anos para que as músicas chegassem na versão final delas. Tivemos muitas versões, tentamos muitas coisas diferentes”, conta Carol.

Atualmente, a banda está em turnê pela primeira vez no Brasil. No fim de semana dos dias 18 e 19 de agosto, eles tocaram no Festival HackTown, em Minas Gerais, e seguem para mais shows em Indaiatuba, São Paulo e Campinas nos dias 24, 25 e 26, respectivamente. Confira a programação completa aqui.

A experiência até então tem sido muito positiva para a Cherry Purple. Carol descreve a sensação de tocar no Brasil com os colegas de banda como “gratificante” porque é uma maneira de unir as duas realidades: a do seu país de origem e a do país que ela escolheu para chamar de casa. “É algo que eu sempre quis que acontecesse, mas nunca pensei que realmente aconteceria”, admite. “Tem sido muito divertido.”

Já Tommy revela que estava um pouco nervoso antes da viagem por não saber como as coisas seriam, mas a imediata recepção calorosa calou todas as suas preocupações: “Assim que chegamos na fazenda, acho que o sentimento quase imediato foi de conforto e até de familiaridade. Isso levou embora muito da ansiedade pelos shows”.

A banda ainda rasga elogios para o público brasileiro. “Os brasileiros são um povo muito receptivo. Nos sentimos em casa mesmo estando tão longe de casa”, conta Logan. “E os fãs também; todas as pessoas que vão aos shows parecem gostar muito mais de música do que nos Estados Unidos.” Carol concorda: “Sim, eles sentam ali, eles ouvem, prestam atenção. Eles te dão um crédito.” Tommy complementa: “E eles também vêm até nós depois da performance, são muito elogiosos”. A banda diz ter tido uma ótima experiência no Festival HackTown e Logan dispara: “Agora queremos nos mudar pro Brasil”.

Para aqueles que gostarem do som do Cherry Purple, novas músicas podem ser lançadas muito em breve. O grupo revela que já têm cerca de 6 ou 7 faixas prontas, divididas entre canções em inglês, português e até uma em francês. Quem estiver presente nos próximos shows que acontecem no Brasil terá a chance de ouvir três dessas faixas inéditas: “Vício e Manias”, “Do Outro Lado do Sol” e “O Que Você Tem a Me Dizer?”.

O novo disco deve ser um passo adiante para a Cherry Purple, que pretende gravar tudo em um formato mais ao vivo e usar mais arranjos orquestrais, com instrumentos de corda e violinos. “Acho que nosso som pendeu naturalmente para esse lado porque estamos ouvindo muito esse tipo de música”, conta Tommy.