A banda de Blumenau, Adorável Clichê, lançou no começo de julho seu segundo álbum, Sonhos Que Nunca Morrem. O quarteto, que está junto desde 2013, mistura voz suave, guitarras e sintetizadores. Ele é formado por Gabrielle Philippi (voz e guitarra), Marlon Lopes (guitarra e voz), Gabriel Geisler (baixo) e Felipe Protski (teclado). Assim como o primeiro disco de 2018, este foi produzido por Marlon e gravado no seu quarto.
A foto da capa foi feita pelo pai da vocalista Gabrielle. Era um dia frio e ela tomava café antes de ir pra escola quando criança. A atmosfera que a imagem da capa passa dá uma ideia do que podemos esperar do disco: letras reflexivas e uma ode à simplicidade.
Sonhos que nunca morrem
O disco tem nove faixas que mergulham em um caldeirão de emoções. Em algumas flertam com o psicodélico, como em “Aonde Mais”, no trecho: “Mesmas manchetes nos jornais / Você é sempre o mesmo / Aonde mais vai / Aonde mais vai ver?”.
A voz suave de Gabrielle canta letras com sentimentos bem comuns atualmente. Como a depressão, que é retratada em trechos como esse de “Amarga” : “Coleciono a tristeza que deixam cair pelo chão / Eu não sirvo pra nada / A menos que ceda à pressão”. Já a faixa “Como Era Antes” reflete outro sentimento, a ansiedade.
A combinação de guitarra, voz suave e sintetizadores deixa bem evidente o turbilhão de emoções. Como nas música “Um Sorriso Que Se Vai”, que fala sobre um relacionamento abusivo e compartilha na letra o desejo de superar isso, “Não posso mais me enganar / Mesmo com tanto medo / Não posso mais ser tão fraca”
O shoegaze que se mistura com pitadas de post punk, a voz suave e as letras emotivas, são a prova de que sonhos nunca morrem. Por fim, nesse novo disco a banda se mostra mais madura, mas sem perder o estilo que a fez conhecida. Dessa maneira, chega para conquistar novos fãs e manter os antigos.