Um dos maiores nomes em ascensão no pop alternativo esse ano, quem conhece Caroline Polachek agora, pode não imaginar que, para chegar até aqui, a artista teve que experimentar muitos sons, mudar de nomes, e até ter que agradecer à cogumelos mágicos que a forneceram um insight definidor para sua carreira.

Durante a faculdade, na Universidade do Colorado, Polachek começou a banda synth-pop Chairlift, ao lado do colega de faculdade Aaron Pfenning, e mais tarde, com Patrick Wimberley (que junto à Caroline, eram fluentes no pop japonês dos anos 80) e em 2008, no álbum Does You Inspire You, conseguiram seu maior hit com a faixa “Bruises”.

Em 2012, a banda conseguiu estreiar na Billboard 200, com o disco Something, mas mesmo estando cada vez mais populares, o grupo se desfez após o terceiro e último álbum, Moth, de 2016. Polachek, no entanto, se diz muito orgulhosa do som original que a banda criou durante sua existência.

Entre o segundo e terceiro álbum do Chairlift, em 2014, lançou seu primeiro álbum solo, Arcadia, no entanto, sob o alter ego de Ramona Lisa, projeto que possuía uma sonoridade suave que já indicava traços de parte do estilo musical que a acompanharia até hoje.

Mostrando a imensa qualidade de sua composição, Caroline já compôs para figuras como Beach Fossils e Solange que, inclusive, durante a época sob a assinatura de Ramona Lisa, ninguém menos que a irmã de Solange, sim, estamos falando de Beyoncé. A indiscutível rainha gravou uma canção de Polachek que não entrou para Arcadia, a faixa “No Angel”, presente no álbum Beyoncé, de 2014.

Solange, inclusive, convidou Polachek para participar da campanha de moda da marca Calvin Klein, com ela, Kelela, Kindness, e Blood Orange, artista que Caroline iria colaborar vocalmente mais tarde em sua carreira.

Em 2017, depois da separação do Chairlift, Caroline afirmou em uma entrevista recente para o The Guardian, que sua vida parecia ter perdido toda a estrutura, decidiu que iria “tentar um pouco de tudo”.

Com isso, lançou o álbum Drawing The Target Around The Arrow, no entanto, não usando seu nome como hoje em dia, nem seu alterego, e sim, as iniciais de seu nome completo, CEP.

O belíssimo disco instrumental parece ser signo de uma trilha sonora de filmes de terror dos anos 70.

Também em 2017, Caroline colaborou na faixa “Tears” e ajudou na composição de “Delicious”, de ninguém menos que a icônica Charli XCX em seu álbum mais definidor até hoje, Pop 2.

A participação no disco com sonoridade tão forte da PC Music iria prever boa parte da sonoridade do álbum mais recente de Caroline, Pang.

No mesmo ano, Polachek estava em Los Angeles com o produtor de PC Music Danny L Harle, com a intenção de escrever músicas e sugeri-las para Katy Perry, no entanto, depois de aproveitar a companhia de cogumelos um tanto quanto mágicos, Caroline concluiu “O que eu faço com o meu tempo agora realmente vai determinar o que vai acontecer em seguida. Eu não deveria estar gastando meu tempo com coisas que eu não me importo de verdade.”, ela contou ao The Guardian.

A partir disso, Polachek desistiu da ideia inicial, e começou a compor junto à Harle, começando o que viria a ser o disco Pang, o primeiro álbum sob seu próprio nome.

O título do disco vem do nome que Caroline deu aos picos de aceleração de metabolismo que enfrentava na época, que a impediam de dormir. A partir disso, a artista tentou descrever musicalmente o que estava sentindo, acreditando que poderia estar “manufaturando drogas internamente” devido aos descobrimentos musicais que estava passando na época.

Um grande acontecimento que aconteceu durante a produção do disco foi a do divórcio de Polachek, que viu seu casamento acabar de depois de apenas dois meses. Era inevitável que um momento tão delicado não influenciasse o som e composição do álbum de Caroline.

Em junho de 2019, a artista começou a lançar os primeiros singles de Pang, começando pela penúltima faixa do álbum, “Door”. Caroline admitiu, em seu Twitter, que a canção foi inspirada pela capa de “At Least I’m Free”, da banda CHIC.

Depois de mais dois singles, “Parachute” e “Ocean Of Tears”, a canção que levaria a reputação de Caroline para longe seria a fantástica “So Hot You’re Hurting My Feelings”, canção divertida e vulnerável sobre sentir saudades de alguém que é tão maravilhoso que está a fazendo triste.

Em 18 de outubro, Pang foi lançado. Um sucesso entre críticos da música e, marcando uma nova era para Caroline, a artista está indo além do sucesso de seu próprio álbum participando de canções com outras fantásticas mulheres da música, como Christine and the Queens e Hayley Williams, do Paramore. E nós não podemos esperar para descobrir mais ainda dessa artista tão fantástica.

Ouça abaixo o álbum Pang, de Caroline Polachek:

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