Bê Smidt, multiartista de Porto Alegre, assume um pop melódico – o bom e atual indie pop – no projeto Viridiana, que teve sua estreia em outubro com o álbum Transfusão.

Na sua definição mais comum, transfusão significa “ação ou efeito de transfundir”, ou seja, tornar-se outro. Aqui, porém, o outro é sua verdadeira e autêntica identidade. Veridiana, como pessoa trans não-binária, se permite abrir em sua verdadeira forma e cria um registro sincero, sensível e cru.

Durante as 14 faixas divulgadas em parceria com a Natura Musical e PWR Records, Viridiana mergulha em seus pensamentos e sentimentos mais íntimos e profundos – como em “invisível” e “antimatéria” -, ao mesmo tempo que oferece uma catarse explosiva e dançante, se inspirando na música do fim da década de 70 e início de 80 – como em “expectativa” e “curta distância”.

Chegando próximo ao fim do álbum, Viridiana adota uma melodia intensa e sensível para entregar a melhor tríade do trabalho: “tua, toda.”, uma ode ao amor, “corpo oco”, um desabafo sincero sobre o vazio, e “menina”, uma manifesto poderoso que deixa o disco reverberando em nós mesmo após seu final.

A voz suave e crua de Viridiana dá vida à composição íntima e reflexiva que, através da sua luta identitária ressignifica a troca de sonhos, desejos, mágoas e dificuldades pessoais de cada um de nós.

Transfusão é um testemunho sobre se fundir em si e se tornar sua verdadeira identidade trans e se expande, se transfunde, em uma carta aberta que nos empodera a nos abrir ao nosso verdadeiro eu.

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