IZA está redescobrindo seu poder, feminilidade e sexualidade. Em seu novo álbum, AFRODHIT, a cantora dá adeus a um relacionamento tóxico e embarca em uma jornada para reencontrar o prazer na vida, nos encontros, nas relações e na própria companhia.

O projeto chega cinco anos após seu disco de estreia, Dona de Mim (2018), que emplacou hits como a faixa-título, “Ginga” e “Pesadão”. O processo de criação do segundo álbum foi demorado e atravessado por decisões radicais da própria IZA. Ao Fantástico, a cantora revelou que descartou um álbum inteiro e recomeçou do zero porque estava se sentindo “podada” em estúdio, sem conseguir usar por completo a própria voz. “Aquelas músicas não me representavam mais”, explicou.

O resultado foi uma nova IZA apresentando o melhor trabalho de sua carreira até então. AFRODHIT nos impacta desde a capa, mostrando uma foto onde IZA nos encara de frente, em fundo preto, com maquiagem forte e cabelos trançados com pedrarias. É uma imagem de poder, mitologia e riqueza ancestral, bem longe do ar inocente e delicado da capa do álbum anterior. Liricamente, esse é um álbum sobre amor e as várias experiências de IZA com ele, como ela mesma diz. Além disso, as músicas falam também sobre sexo, prazer feminino e autoconfiança. É o verdadeiro despertar da deusa adormecida.

“Acho que o AFRODHIT é 100% eu. Eu me reencontrei como artista com esse álbum”, conta em coletiva de imprensa. “Eu entendo que eu passei por um processo de evolução pra conseguir falar sobre coisas que aconteceram ou sobre coisas que eu não me sentia confortável pra falar antes, como, por exemplo, falar de sexo mais explicitamente, e deixar mais claro sobre o que é cada música. Eu tô vivendo um momento muito especial de criatividade e isso é muito incrível. Esse álbum foi feito com muitas pessoas que eu admiro, muitas mulheres. Acho que é o álbum mais feminino que eu já fiz, apesar do primeiro se chamar Dona De Mim.”

IZA como ‘AFRODHIT’. Créditos: Divulgação

Musicalmente, o disco é experimental, explosivo e criativo, passando por uma variedade de gêneros que vão desde o hip-hop, funk e rap, até elementos de R&B, afrobeat e ritmos latinos. A longa lista de colaborações também ajuda a enriquecer o trabalho, contando com Mc Carol, Russo Passapusso, KING, L7NNON, Djonga e TIWA SAVAGE. Segundo IZA, todas as parcerias fluíram super bem e a relação entre os artistas também foi a melhor possível, especialmente entre as mulheres. “Foi muito terapêutico compor com elas, foi muito especial”, comenta.

O nome AFRODHIT veio de uma referência ao ritmo afrobeat, bastante presente no álbum, mas também da vontade de IZA de contar uma história sobre um ser mitológico, nem humano e nem extraterrestre, que vem à Terra de tempos em tempos, visitando várias culturas, para “se sujar de vida”. A história dessa personagem é contada no videoclipe de “Fé Nas Maluca”, que tem referências de filmes como Bacurau (2019), Cocoon (1985) e Splash – Uma Sereia Em Minha Vida (1985), além da série animada Steven Universo.

Segundo a cantora, a escolha da figura e do nome de Afrodite partiram da relação da deusa com o amor. Na cultura grego-romana, Afrodite, ou Vênus, é vista como uma divindade que representa o amor, a beleza e a fertilidade; todos temas que se encontram em evidência e se entrelaçam no álbum. Apesar das possíveis interpretações, ela esclarece que não era sua intenção ressignificar a figura de Afrodite trazendo-a para um contexto afro-americano, mas que a atribuição desse significado é interessante.

“Quando a gente pensa em Afrodite, como que a gente pensa na deusa da beleza? Na deusa do amor, da fertilidade… É muito legal a gente atribuir esses significados a alguém como eu porque eu nunca me vi por aí como a deusa da beleza, por exemplo. Então eu acho que tem essa interpretação que me agrada muito e que no final me fez persistir nesse nome de Afrodhit”, explicou.

A relação de Afrodite com o amor e a sexualidade enquanto uma figura feminina também é algo que se encaixa perfeitamente no contexto atual de IZA, que explora ambos os temas ao longo do álbum, mas especificamente na canção “Exclusiva”, onde fala sobre sexo de maneira mais explícita e detalhada do que em seus trabalhos anteriores. Essa abordagem, segundo ela, veio de um processo de autoconhecimento, mas também de se encontrar em uma relação onde ela se sente segura e confiante.

“É muito gostosa essa sensação de se apaixonar, de querer alguém, de desejar alguém. É muito gostoso ter uma relação saudável com o sexo. Eu acho que quando você está tendo prazer com sexo, significa que você se conhece, que você se respeita, que você já fez um caminho ali pra entender quem é você sexualmente. Isso não é uma coisa que se define de uma hora pra outra, né? Então, eu acredito que isso seja uma conquista também. Eu já tinha falado sobre sexo antes, no meu primeiro trabalho, mas eu sempre acho muito importante que a gente fale sobre o sexo de uma perspectiva feminina”, explica.

A história de AFRODHIT será contada pela primeira vez no palco do The Town, no dia 10 de setembro, onde a cantora promete tocar músicas queridinhas do público, mas também pretende contar todo o arco de Afrodite, do início ao fim.

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