Saudade: um sentimento nostálgico e melancólico associado à perda. Uma dor irreparável de algo desejável, positivo. Palavra exclusiva da língua portuguesa e escolhida por Saulo von Seehausen para carregar o nome de seu projeto solo, que estreou com o disco jardim entre os ouvidos, em novembro de 2020.
O nome carrega um sentimento de dor e o projeto promete ressignificá-lo através da arte e, neste caso, das nove faixas presentes no álbum. saudade, em meio a tempos tão loucos, traz calmaria para a introspecção e ensina que a dor e a ausência nos servem um propósito.
No disco, o músico narra as canções como capítulos de uma jornada de autoconhecimento que caminha pela solidão, incerteza e, finalmente, pelo paraíso, onde ele descobre a beleza da solitude conjunta.
“Precisei ficar muito sozinho e isso foi uma experiência profunda de autoconhecimento. Na solidão, percebi o quanto a gente precisa do outro para enriquecer a criação, fazendo da música um ponto de congregação para as pessoas”, ele contou em uma declaração à imprensa.
A solidão recém-descoberta do artista é sentida logo de início com a faixa-título do álbum. Já a companhia que ele encontrou em amigos, colegas e sua nova gata – com quem redescobriu uma conexão com a vida – é cantada em “amor manso”. Em “cabeça ruim”, saudade vai mais à fundo e navega em seu papel na sociedade. Nela, ele questiona as crenças sociais lembrando as diferentes narrativas contadas sobre deus. Assim, ele cria o conceito que este é geográfico – que varia de acordo com lugar, povo ou religião.
“e a saudade bater / e irá / deixa ela entrar / pra não morar / em ti”, canta saudade na última faixa do disco, ”segue o vento”, sintetizando sua intenção com o disco.
saudade assina todas as composições de jardim entre os ouvidos após uma longa história com a banda Hover. Nesta viagem embarcaram com ele o baterista Bruno Bade, o baixista Leandro Bronze e o guitarrista Renan Vasconcelos.