Quando o GFRIEND se separou no ano passado, parecia que seus seis membros poderiam seguir o mesmo caminho de muitos antes delas: cada uma no seu canto, separadas. Em setembro, as primeiras notícias sobre as integrantes Yerin, Sowon e Yuju com suas novas agências foram anunciadas.
Aproximadamente um mês mais tarde, a outra metade do grupo – Eunha, SinB e Umji – contrariou a tendência de seguir carreira solo e assinou com a BPM Entertainment para criar um novo grupo com apenas as três, chamado Viviz.
O trio “começou” a carreira (depois de sete anos em GFRIEND) contrariando tendências. Em uma era para o K-pop em que “girl group” é quase sinônimo de “girl crush”, as cantoras foram para algo diferente – nenhum conceito, permitindo-se incorporar qualquer estilo ou atitude que eles gostem em qualquer ponto em sua jornada. Algo que, convenhamos, apenas idols de carreiras longas e bem sucedidas consegue fazer, como um voto de confiança.
Apesar de nenhuma identidade concisa ter sido escolhida desde o início, seu mini-álbum de estreia Beam Of Prism oferece alguns fortes indícios sobre como é o DNA de Viviz: brilhante, otimista e divertido.
O debut realmente combina com o nome que carrega. Ele carrega um espírito rejuvenescido, vindo diretamente dos sonhos ressuscitados das integrantes (e dos fãs), como uma segunda vida. Porém, esse brilho não é direto, se transformando de maneiras inesperadas.
“BOP BOP!”, a title track do mini-álbum, é o exemplo mais forte disso. Como o título sugere, é uma introdução contagiante. Mas também apresenta momentos de invenção e criatividade entre seus ganchos. O efeito nos vocais de abertura é uma escolha de produção refrescante que torna as coisas muito interessantes, e ainda, unida a última title de GFRIEND, “Mago”, por um som disco-pop retrô.
Referências do antigo grupo são ouvidas por todo o disco, mas ainda mais na faixa de encerramento “Mirror”. Com a elegância e a abordagem sincera de GFRIEND, as camadas de cordas flutuando enquanto Viviz conta sobre a luta contra o medo e a baixa autoconfiança para encontrar força dentro de si mesmo.
Encontrar uma nova versão de si mesmo é uma tarefa que é explorada no resto do disco. Em “Tweet Tweet”, com uma vibe mais misteriosa, as três praticamente lançam um feitiço sedutor através de uma linha de baixo elegante. Enquanto isso, “Lemonade” é uma faixa suave de synth-pop dos anos 80 que mantém o sentimento enigmático em alta, enquanto a faixa co-escrita por Umji, “Love You Like” é uma pedaço doce e otimista de dream pop para retomar o início de GFRIEND, lá em 2015.
Apesar de não ser um álbum de extremas novidades e que ainda se apoia muito no que já foi feito anteriormente pelas meninas, são pequenas oportunidades que Viviz terá de criar uma personalidade e estilo próprios, mas ainda sendo capaz de trazer um trabalho sólido ao reintroduzir as artistas em um novo contexto.É raro que os idols de K-pop tenham uma segunda chance de debutar, especialmente em um grupo novo, com integrantes que já se conhecer, e ainda por cima dar certo – mas Viviz está aproveitando ao máximo essa oportunidade de forma espetacular.