Após viralizar no TikTok e se apresentar em diversos cantos do mundo, Vacations decide que é hora de voltar para casa em seu terceiro álbum, No Place Like Home, lançado na primeira quinzena de janeiro.

Embora esse retorno possa ser lido como literal, de voltar ao ponto de partida após um longo período excursionando, por trás dele também estão questões existenciais, relacionadas a voltar e encontrar a si mesmo. Ao longo das dez músicas do trabalho, é possível seguir essas pistas deixadas pelo vocalista Campbell Burns, que também assina as composições.

Na faixa-título, ele canta: “Change course / Sail away from your arms / It’s not safe here anymore / We aren’t the same / I can’t choose to remain here anymore” (“Mudar de curso / Navegar para longe dos seus braços / Aqui não é mais seguro / Nós não somos o mesmo / Eu não posso mais escolher ficar aqui”, em tradução livre). Enquanto em “Close Quarters”, entoa “All I long for / Is myself” ( “Tudo pelo que eu anseio / sou eu mesmo”, em tradução livre).

Em entrevista à revista Wonderland, Burns percorre os temas de No Place Like Home: “Quanto às letras, o álbum detalha minha jornada com Transtorno Obsessivo Compulsivo Puro e a indústria musical, bem como meus próprios relacionamentos pessoais. Acho que esse álbum é mais direto nesse sentido, sempre escrevi de forma vaga para agradar a todos, mas estou tentando ser mais pessoal e direto atualmente.”

Lado a lado às composições está o frescor da sonoridade do grupo australiano, formado também por Jake Johnson (baixo), Nate Delizzotti (guitarra) e Joseph Van Lier (bateria). Se nos dois primeiros discos de estúdio a estética se aproximava muito mais do lo-fi, aqui esse elemento é presente apenas em algumas das faixas do álbum, como “Off-Season” e “Lost in Translation”. Já o indie rock com guitarras que bebem do surf rock prevalece nos pouco mais de 30 minutos de No Place Like Home.

Face ao sucesso repentino e a lidar com problemas que extrapolam o mundo da música, Vacations responde à altura, com um álbum que mostra não só a capacidade de adaptação da banda, mas celebra a força de arrumar as malas e partir.

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