Dia 39438 da quarentena: alguém tem um delivery de festa aí? O que a gente não daria por um belo tuts tuts, né? A saudade de um fervo é tanta, que até quem proporciona essas noites cheias de memórias e calos no pé pra gente, estão sentindo falta também.

Valtinho Fragoso (@valtinhomf), da ForMusic, entrevistou uma série de DJs sobre os pensamentos e atividades durante e depois da quarentena. Além do mais, cada artista compartilhou com o Mad Sound, um set para transformar qualquer cozinha em uma pista de dança.

primeira parte dessa série de entrevistas apresentou sets de Scorsi, Rafael Pacheco e Alex Bonno, e, semana passada, na segunda parte, foi a vez de Bezzi, Fabi Pinheiro e Felipe Bueno. Vocês gostam de trilogia? Então confira abaixo, a terceira parte da nossa série:

1) Começando por Eduardo Berenguer, mas conhecido como MALIFOO, é um DJ e produtor. Desde o começo de sua carreira, em 2017, ele já arrecada mais de 17 milhões de streams no Spotify, 5 milhões de views no YouTube e lançamentos nas gravadoras internacionais, Armada, Spinnin’, Armada Deep, The Bearded Man, Clippers e na brasileira, Hub Records.

No ano passado, o DJ assinou com a gravadora Sony Music, lançando com videoclipe de “Together”, com mais de 1.2 milhões de views. Esse ano, o artista irá tocar no Lollapalooza Brasil, agora marcado para dezembro. Nadinha mal, não?

Confira, abaixo a entrevista do Mad Sound com MALIFOO:

Mad Sound: O que você vai fazer durante esta quarentena para seu publico?

MALIFOO: Nessa quarentena agora , estou produzindo muita música nova. Estou fazendo quarentena no estúdio.

MS: Voce acabou de lançar o Together Sessions Vol 1, vai continuar com ele?

M: Vou sim! Tenho ideia de que seja algo semanal, um programa com as músicas que venho curtindo e me influenciando muito no momento. Quero cada vez mais ser aberto com o público!

MS: Como voce vê o adiamento do Lollapalooza para dezembro, você acha que pode ser mais interessante para você esta mudança?

M: Achei correta a posição do Festival a galera precisa se proteger ficar em casa se cuidar. Eu tinha preparado um show muito legal para abril, mas agora em dezembro ele [o Lollapalooza] vai ser melhor ainda com muita música nova para quem estiver lá. 

Confira, abaixo, o set de MALIFOO, feito sob medida para essa quarentena:

2) Seguindo com Zoldan, o paulistano começou a se dedicar a música desde a adolescência, agora foca no mercado mainstream, e começa a colecionar grandes lugares em seu histórico como DJ, tais como Vibe 97; 8-Bits Club, dividindo palco com Ronald; The Year Club, Excalibu Festival, Rádio Anhembi, Lamp Club, After Music Bar, entre outros. No entanto, o destino de Zoldan como DJ e produtor, é todo o Brasil, e logo em seguida, o mundo.

Confira abaixo a entrevista com Zoldan:

MS: Quais ferramentas você vai utilizar para se conectar com seu público? 

Z: As ferramentas que vou utilizar para me conectar com meu público antes de tudo é fazer com que a galera tenha uma conexão emocional com as minhas tracks, estou trabalhando muito nisso, para que consiga chegar nesse objetivo. Assim que conseguir, trabalhar muito no meu marketing, divulgar a minha imagem, divulgar a minha música, para que chegue cada vez mais nas pessoas!

MS: O que você espera depois que passar esta pandemia?  


Z: Bom, durante essa pandemia, tenho me dedicado demais a minha carreira, estou aproveitando esse tempo em casa para estudar muito marketing e produção. Depois dessa pandemia, espero que todos os clubs/eventos voltem fortes como nunca. Estamos todos presos dentro de casa querendo sair, então assim que tudo voltar ao normal, eu espero que os clubs, eventos, festivais voltem com tudo, com muuuitas festas, muuuitos eventos, com todos muito lotados, e muitas oportunidades para nós, djs!

MS: O que te levou a ser DJ ?   

Z: A história é bem longa. Meus pais sempre foram fãs da Disco Music, quando meu pai era adolescente, todo final de semana ele frequentava o Rhapsody, aqui em Osasco, então meu pai sempre foi muito fã da música eletrônica. Enfim, com os meus 7 anos, mais ou menos, eu comecei a ouvir os cds dos meus pais, que tinham músicas desde a disco music até a eletrônica que estava em alta naquele momento. Foi aí que me apaixonei pela música eletrônica. Enfim, e todos os finais de ano, a gente fazia uma festa de virada aqui em casa, tinha som, lasers, fumaça, etc, era uma verdadeira balada, e nós utilizávamos nosso som com os CDs que a gente tinha.

Até que um ano, um parente nosso, trouxe o notebook com o famoso Virtual DJ,e na primeira olhada, eu fiquei encantado, era algo simples, mas pra mim, que tinha meus 10 anos, era algo maravilhoso, fiquei apaixonado, mas como eu era criança, não me deixavam mexer. E desde então, eu sempre ficava “eu quero ser o DJ, eu quero ser o DJ”, e virou o meu sonho de criança. Enfim, os anos foram se passando, e teve o primeiro ano que eu fiquei encarregado das músicas, usava o Virtual DJ e só carregava as músicas, nada de mixagem, etc, mas eu amei.

Até que em 2015 comprei a minha primeira controladora, fiz curso para aprender a tocar, e em 2016, mais ou menos, foi quando decidi que realmente queria isso pra minha vida. Ano passado, entrei na Anhembi Morumbi, para fazer Produção de Música Eletrônica, e durante o dia, antes de ir pra faculdade, faço um curso de produção, da Make Music Now, do Felippe Senne, e um curso de Marketing para DJs, do Everson K. Estou focando demais na minha carreira, é o meu sonho conectar a minha música com o público, poder viver disso, viver da música, das gigs, porque é a minha paixão!

Confira, abaixo, um set de Zoldan de março deste ano:

3) O terceiro DJ dessa parte da série, é Alex Eugenio, que mora atualmente em Londres, Reino Unido.

Confira abaixo a entrevista com Alex Eugenio:

MS: Como o governo da Inglaterra está tratando o coronavírus?   

AE: O governo do Reino Unido finalmente anunciou o fechamento de bares, restaurantes, clubs e centros esportivos na última sexta- feira 20/03. Esta ação foi um pouco tardia pois a circulação de pessoas resultará em um maior número de infectados dentro das próximas semanas quando os sintomas começam a aparecer. De resto, business as usual… Os britânicos se entretendo no meio do caos.

MS: Em Londres, também foram fechados os bares e casas noturnas?   

AE: O fechamento da vida noturna tem um impacto de gosto amargo para os britânicos. A socialização, ou quase toda, está nos pubs e daí restaurantes e clubs. A alternativa são as festinhas virtuais. Na sexta 20/03, o hypado selo de Dance Music Defected fez uma festa de 12 horas streaming ao vivo pelo YouTube… Dancei horas na cozinha.

MS: Alem de DJ, o que mais você faz por aí?   

AE: Como alternativa de ganhos, eu faço design de lousas para bares e restaurantes. Ao lado de um dia por semana atendendo clientes em um restaurante escocês especializado em aves de caça, bife escocês e carne de veado.

Confira, abaixo, o set de Alex Eugenio:

https://m.soundcloud.com/alex-eugenio/eastern-heights-and-we-called-it-garage-once-february2016