As sensações do corpo e da mente são elevadas com êxito através do psych-rock alternativo de Meltt. Formado por Chris Smith (vocal principal, guitarra, baixo, teclados), Jamie Turner (bateria, percussão), James Porter (guitarra, teclados, vocais) e Ian Winkler (guitarra), o grupo de Vancouver também se deixa levar pelo shoegaze.

Os integrantes, que se conheceram na escola primária, sempre tocaram em bandas de cover. Foi na faculdade, entretanto, que eles decidiram seguir oficialmente a carreira musical e a partir daí nunca mais se separaram. O nome Meltt, derreter em português, foi escolhido por ser fácil de lembrar, curto e capturar a essência de se fundir com o som da música.

A primeira recepção do público veio com o EP Visions (2017). O projeto é marcado por calmos riffs de guitarra, bateria constante e vocais etéreos. A energia nostálgica percorre memórias e fluxos da vida. O conceito é transmitido no videoclipe de “Glow”, uma vez que leva o espectador para outra dimensão entre tempo e espaço.

As quatro faixas claramente deixaram um “gostinho de quero mais”. A banda então lançou o álbum de estreia Swim Slowly (2019). As doze músicas transitam na linha tênue do mundo espiritual e material, refletindo sobre mortalidade, amor, crescimento pessoal e tempo. Trata-se de sair do monótono dia a dia e envolver-se na imaginação.

“Love Again” é o maior sucesso do disco, contando com mais de oito milhões de streams no Spotify. Nela, o ouvinte se depara com um relacionamento rodeado de dúvidas e apegado à memórias e não alimentado por elas.

Outros destaques são “On Your Own” e “Deeper Water”, com um milhão de reproduções cada. A primeira faixa se aproxima do indie ao enfatizar as harmonias suaves. Já a segunda é uma carta aberta às crises existenciais. “Eu sou um ser humano, qual é o significado, existe significado? E podemos fazer melhor, devemos saber melhor, eu sei. E devemos ser mais fortes, pisar em águas mais profundas, para crescer”, relatam os versos.

Em 2020, durante a pandemia do coronavírus, Meltt se juntou ao produtor Kieran Wagstaff por um mês numa cabana remota para escrever e gravar algumas músicas. O resultado das sessões foi o EP Another Quiet Sunday (2023), disponibilizado em 03 de março pelo selo Nettwerk. Os teclados, riffs distorcidos e vocais evocativos desenfreados marcam enorme presença no recente projeto que aborda principalmente os temas de reencarnação e amor.

“A perspectiva sendo cantada é de alguém passando para uma nova forma/vida, ou alguém dizendo adeus a alguém passando para uma nova forma/vida. Ou seja, voltando à vida depois de encontrar o outro lado, ou seguindo em frente. Queríamos que fosse otimista: a vibe de tudo  isso é temporária, estamos sempre em transição, e todos nós nos reencontraremos eventualmente – ou voltando à energia que existe dentro do universo, ou tornando-se parte da natureza, ou nos reunindo com nossos ancestrais em alguma forma espiritual”, disse o grupo à imprensa.

“Blossoms” inicia o EP evidenciando a conexão com o passado humano e as experiências que a apreciação da natureza proporciona. O lead single “Within You, Within Me”, por sua vez, traz sintetizadores vibrantes e quase paradisíacos. E o videoclipe não poderia deixar de ser a própria definição de psicodelia.

As multicamadas coloridas instrumentais da faixa homônima fecham brilhantemente o projeto. O trabalho inteiro é uma jornada espiritual por meio de ricos detalhes, texturas e personagens que criam uma verdadeira paisagem sonora.

Another Quiet Sunday vai receber ainda mais o reconhecimento que merece com a chegada da turnê. Maiores informações a respeito das apresentações podem ser encontradas no site oficial.

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