Como você se torna um legado na sua área de atuação? Muitos artistas se perguntam sobre como o futuro vai tratar a arte que fazem hoje. Will Swan, guitarrista do Dance Gavin Dance, Sianvar, Secret Band e Royal Coda cunhou um dos termos mais utilizados pelos fãs de subgêneros do post-hardcore, o Swancore, e é por isso que ele será conhecido. 

Para entender melhor do que isso aí se trata, é melhor começar do começo:

Dentro de um contexto histórico, pode se dizer que o gênero surgiu por volta dos anos 2000, de forma mais ampla, com o progressive post-hardcore. Bandas como The Mars Volta, The Sounds of Animals Fighting, Circa Survive e Dance Gavin Dance entregaram a planta do que o Swancore se tornaria no futuro. 

A mistura dos elementos se tornou clara. Se o hardcore, que tinha uma fórmula muito simples com o fast-paced, faixas curtas e altas, o post-hardcore traz uma ancoragem melódica, experimental, inspirada no rock progressivo que dominou as décadas de 1960 e 1970. 

Qual é a diferença do post-hardcore comum e do Swancore, então? Essencialmente, não há tanta. Afinal, é um subgênero. O Swancore se destaca com vocais de registro agudo, frequentemente inspirados no vocalista do Circa Survive, Anthony Green. Ainda, há quem vá pender para o lado mais emo e screamo, enquanto outros se sentem mais confortáveis com vocais limpos.

Além disso, há alguns elementos do math rock que deixam as músicas mais elaboradas. Riffs padronizados e complexos com um ritmo que promove sentimentos nostálgicos e melancólicos são essenciais para completar uma canção de Swancore. 

Já por volta de 2010, já havia dezenas de bandas que decidiram iniciar carreira diretamente com o Swancore. As estrelas mais recentes são Makari, Coletta, Eidola, Dwellings, Pulses e por aí vai. 

Will Swan abriu, em 2013, a sua própria gravadora, a Blue Swan Records. Com oito artistas presentes, o selo não é necessariamente o centro do subgênero, mas certamente é o mais conhecido pela imagem de marca que carrega.

Entretanto, por ser um gênero que, na opinião da autora, é praticamente carregado pelas mesmas 30 pessoas nos últimos 20 anos, a panelinha de fãs consegue ser tóxica e fechada. Existem muitos puristas que se recusam a aceitar mudanças estilísticas, o que é complicado considerando que progressive post-hardcore nada mais é do que um caos em forma de música. 

Apesar disso, existem achados incríveis no gênero, além de contar uma história de nicho que deu certo. Há quem encontre o Swancore e não consiga se desligar do emocional que transparece pelas canções, sejam elas tristes, românticas, cheias de fúria ou de esperança, certamente vale a descoberta.

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